Um ano e meio de uma relação intensa. Assim pode-se definir a passagem de Abel Braga no Fluminense. Muitos sorrisos, lágrimas, vitórias, derrotas, emoções, frustrações e, por fim, desgaste. Identificado com o clube, o treinador pediu demissão neste sábado e deu uma pausa na carreira para se dedicar à família, que ainda luta para superar a perda de seu filho mais novo, que faleceu após acidente doméstico em 2017. Relembre a trajetória de Abelão no Tricolor:
A chegada
Abel foi anunciado no fim de 2016 e, em 2017, levou o jovem time tricolor ao título da Taça Guanabara, vencendo o Flamengo nos pênaltis. Com muita velocidade, objetividade e jogadores habilidosos, o Fluminense encantou o país com um futebol leve e solto, mas acabou sendo derrotado pelo Flamengo na decisão do Campeonato Carioca. Na Copa do Brasil, eliminação para o Grêmio nas oitavas.
A perda do filho
O grande baque do falecimento de João Pedro, filho mais novo de Abel, deixou incerto seu futuro no Fluminense. O treinador, no entanto, resolveu continuar e foi abraçado pela torcida tricolor, pelos jogadores e por todo o Brasil. O minuto de silêncio na partida contra o Atlético-GO, no Maracanã, vencida pelo tricolor por 3 a 1, foi um dos momentos mais marcantes e emocionantes da última temporada no futebol. Tanto que foi lembrado pela FIFA, na premiação da Bola de Ouro.
Eliminação na Sul-Americana e oscilação no Brasileiro
A dura eliminação para o Fla na Sul-Americana, depois de estar vencendo por 3 a 1 e ceder o empate, deixou o time sem confiança. A queda de rendimento no Brasileiro fez com que o Tricolor despencasse na tabela e se aproximasse perigosamente do Z4. No entanto, o Flu recuperou-se na reta final e espantou o fantasma do rebaixamento.
Desgaste
Depois de ter perdido meio time (Diego Cavalieri, Henrique, Gustavo Scarpa, Henrique Dourado, etc), o treinador teve, praticamente, que recomeçar do zero em 2018. Sem dinheiro para contratar e lidando com a crise política dentro da clube, a situação ficou insustentável quando Paulo Autuori decidiu sair. Os salários atrasados do elenco e a falta de perspectiva na temporada sem os tão solicitados reforços, fizeram o técnico optar por se desligar do clube e ficar com a família.