Os imbróglios envolvendo a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e a dupla Fla-Flu ganharam notoriedade desde que os times resolveram se juntar para peitar a entidade. Em contrapartida, o mandatário da Ferj, Rubens Lopes, adotou uma postura mais ofensiva, tentando desarticular politicamente os clubes, prejudicando planejamento de ambos para a temporada atual e, também, em outra questões. Em cima disto, o jornalista Ricardo Gonzalez, que escreve para portal Globoesporte.com, no blog “Entre Canetas”, criticou duramente a entidade do Rio.
Confira o post:
“Depois do vendaval de investigações que anda varrendo desde a Fifa até a CBF, passando pelas confederações continentais, era natural que se aproveitasse o momento para questionar algumas posturas e procedimentos do futebol brasileiro. Que se tentasse democratizar as eleições para as entidades dirigentes, que se buscasse uma fórmula para dar mais poder de decisão, ou de barganha, aos clubes, aqueles que realmente movem o futebol e motivam os torcedores.
Nesse bojo, a criação de uma Liga, cujo marco esportivo seria o Torneiro Rio-Sul-Minas tinha tudo para ser um primeiro passo na modernização do futebol brasileiro. Ainda que experimental, se fosse bem organizado, poderia ser aperfeiçoado, aceito pela torcida, e principalmente lucrativo e que trouxesse desenvolvimento técnico aos times.
A competição começa semana que vem e o tempo nos mostrará se trará bons resultados e permitirá que se pense em repeti-la em 2017. Mas o que choca é a reação furiosa da Federação do Rio à iniciativa. É compreensível que as “feudorações” não queiram perder poder. Mas se não incentivam, não vejo as entidades gaúcha, catarinense, paranaense e mineira atrapalharem – a egolatria dos próprios dirigentes dos clubes envolvidos, esta sim, é muito mais devastadora,
Mas a Ferj e o apego ferrenho de sua direção ao conhecido “pequeno poder” colocam dois clubes do tamanho de Flamengo e Fluminense de joelhos. Não surpreende, porque a linha de ação da entidade sempre andou de mãos dadas com o atraso. O que choca é a incapacidade de reação dos dois clubes.
A soma das duas torcidas dá, ou daria, a seus dirigentes base e força para peitar o retrocesso. Se a comunidade do Rio-Sul-Minas decidiu que haverá campeonato, o campeonato deve ser disputado e pronto. A Ferj não tem, ou não deveria ter, nada com o assunto.
Mas pode ser que eu precise procurar melhor até achar alguém na rua com a camisa da Federação do Rio. Aliás, se entre os leitores houver algum torcedor da Ferj, por favor, manifeste-se para eu tentar entender melhor essa inversão de valores”.