Gerente de futebol do Fluminense entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, Alexandre Torres, filho do Capita Carlos Alberto Torres, concedeu uma entrevista exclusiva ao NETFLU e falou sobre sua passagem pelo clube do coração. O ex-dirigente admitiu ter cometido erros nas Laranjeiras e que isso serviu de ensinamento para que ele pudesse crescer profissionalmente.
– Pessoalmente eu já me questionei muito pela minha última passagem. Cometi alguns erros, reconheço, mas não acho que tenham sido graves, tenham interferido no resultado final, mas eu cometi. Tenho minhas conclusões, mas acho que no fundo foi positiva. Não consegui os objetivos para o time e grupo, mas fui bem. Fui ético, profissional, cumpri com os meus horários, procurei seguir o planejamento que a própria diretoria me impôs. Por outro lado, entendo a cobrança política. No final das contas, pelo que penso do futebol, não estaria confortável pelo que aconteceu logo depois da minha saída. Pude tirar alguns ensinamentos e não tenho que me queixar. Acho que no futebol você precisa ter tempo para aprender, mudar, implementar um trabalho. Eu acho que realmente teria certos problemas para implementar algumas coisas se estivesse lá dentro ainda. Me incomodaria muito com a saída dos jogadores por mensagem via Whatsapp e outras ocorrências – disse ele.
Apesar disso, Torres garantiu que não se arrepende de ter aceitado o convite para trabalhar no clube e ainda revelou que retornaria no futuro, caso fosse chamado, independente do cargo que o Tricolor quisesse que ele exercesse. Ele valorizou ainda a relação que sua família tem com o Fluminense.
– Não me arrependo. Pra mim foi um grande aprendizado. Acho que eu já estava pronto para tentar dar uma mudada no meu trabalho. Eu deveria ter ficado mais próximo dos jogadores e é isso o que eu mais lamento. Fiquei muito com uma postura de dirigente. O jogador ficaria mais confiante, próximo. Estive perto da comissão técnica e diretoria e fiquei afastados dos jogadores. Foi um erro que cometi e mudaria isso numa próxima oportunidade. Bola pra frente. A vida continua – destacou, completando em seguida:
– Acho que o Fluminense é o clube da minha família. Meu pai jogou no Fluminense, eu joguei no Fluminense, trabalhei no Fluminense. Tenho só a agradecer. Com certeza tenho um carinho muito grande pelo clube e se tiver oportunidade, gostaria de trabalhar no Fluminense de novo, não sei se na mesma função. A gente precisa realmente entender o que é essa função de diretor de futebol, gerente de futebol… as vezes se deposita uma expectativa como se fosse resolver tudo, mas não é assim. Alguns amigos meus questionavam o porquê de, segundo eles, eu não fazer nada. Mas eu fazia várias tarefas, várias: observava a rouparia, fisioterapia, trabalhos internos que impulsionavam o funcionamento do Fluminense. Eu era um dos primeiros a chegar e último a sair. Eram várias tarefas que não foram reconhecidas por ninguém. Acho que, no futuro, deve-se conversar sobre qual a função. O clube deve explicar o que espera e o que quer que o funcionário faça, enquanto que o profissional precisa se colocar à disposição para isso. Acho que o principal que eu levo da minha passagem pelo Fluminense é isso – finalizou ele.