Integração no continente. O acordo com a suíça Sportradar anunciado pela Conmebol no último dia 11 incluiu, além de monitoramento de todas as competições que organiza, as competições nacionais de Primeira Divisão de todos os seus filiados e as copas que dão vaga para a Libertadores – como a Copa do Brasil. Diversos casos foram deflagrados no Brasil neste ano, e houve operação que culminou com a prisão de integrantes de quadrilhas internacionais pela Polícia Civil de São Paulo. O serviço é essencialmente de análise das oscilações do mercado de apostas em todo o mundo para detectar comportamentos suspeitos que possam indicar manipulação de resultados. Com evidências concretas, é feito um relatório a ser encaminhado para as autoridades.
A empresa suíça começa agora a avançar também no mercado brasileiro. Foi renovado o acordo com a Federação Paulista de Futebol (FPF), a primeira no país a contar com esse tipo de vigilância em seus jogos, uma federação nordestina está próxima de fechar e há conversas em andamento com a CBF.
O contrato feito com a Conmebol pode facilitar um eventual acerto com a entidade brasileira. Com seus principais torneios sob vigilância, a CBF, que antes negociava para todas as suas competições, só não tem cobertas as divisões nacionais inferiores (Séries B, C e D) e torneios oficiais regionais, como a Copa Verde e a Copa Nordeste. Boa parte das tentativas de manipulação recentes no Brasil, no entanto, foram detectadas em torneios de menor exposição na mídia.
Houve uma recomendação da Conmebol para que suas filiadas estruturassem seus departamentos de integridade. No fim do ano, com o acidente envolvendo a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados em Medellín, na Colômbia, a negociação entre Sportradar e CBF esfriou, mas pode ser retomada em breve.