Abel diz que só se sabe o gosto da vitória quando se conhece a derrota (Foto: Nelson Perez - FFC)

Hoje um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro, Abel Braga teve de conviver com uma incômoda fama de vice até 2006, quando conquistou a Libertadores e o Mundial com o Internacional de Porto Alegre. Nos dois anos anteriores, o treinador conquistou o Campeonato Carioca com Flamengo e Fluminense, respectivamente, mas amargou derrotas nas finais da Copa do Brasil contra clubes pequenos. Pelo Rubro-Negro, caiu diante do Santo André. Já no Tricolor perdeu para o Paulista de Jundiaí.

– A gente só sabe o gosto da vitória quando conhece o sabor da derrota. As pessoas me chamavam de vice. Meu filho falava: “Pai, os caras falam que você só é vice”. Eu falava: “Filho, o pai chegou, ganhou estadual e chegou na final da Copa do Brasil com o Flamengo. Mudou de clube e ganhou Estadual e chegou na final da Copa do Brasil de novo. O pai não pode ser tão ruim assim, né?” Cheguei ao Inter com esse estigma. Aí, vem 2006 e uma Libertadores e um Mundial. Eu precisei viver aquilo. Talvez tenha conduzido de uma forma diferente, foi uma final com o São Paulo, não com um time qualquer. Só perdi para a LDU na Libertadores. E o Mundial dispensa comentários. A gente vai dando exemplos e sempre dizendo para eles que não existem histórias de vida iguais. A minha é diferente da do meu irmão. Diziam que ele jogava mais bola que eu. Quando eu estava no infantil, levei para o Fluminense. Mas quando passei para o juvenil, falei para ele largar. Ele ia fazer medicina. Passou para a federal e é um médico muito bem conceituado – recorda.