Defensor da permanência dos técnicos nos cargos, Abel Braga, evidentemente, mostrou-se contrário à demissão de Rogério Ceni no São Paulo. Em participação no programa “Bem, Amigos”, do SporTV, o treinador, ao ser questionado a respeito do assunto, lembrou até de conselho dado ao ex-atacante e finado Fernandão quando foi convidado a assumir o Internacional.
– Não sou adepto de demitir treinador. O que falei com ele antes do jogo com o São Paulo, foi algo que uma vez tinha falado com meu grande amigo e saudoso Fernandão, quando ele tinha sido contratado pra ser diretor-executivo do Inter, mas com o Dorival demitido foi chamado a ser técnico. Se fosse ele, não iria. No nosso jogo contra o São Paulo no Morumbi ele foi me cumprimentar e falei que o ídolo, se não tiver resultado, é esquecido. O ídolo ficou debaixo dos paus. O outro lado é mais complicado. Se houve a escolha, privilegiou-se muita coisa. Um cara correto, ídolo. Isso mostra que as coisas não são feitas com seriedade. Saídas de 20 jogadores (no São Paulo) e chegada de 15, dezesseis. Ninguém levanta o dedo e fala que está errado. Errado é o treinador. Isso faz parte de uma grande imbecilidade que se vive dentro do futebol brasileiro. Não é justo nem com ele nem com ninguém. O Brasil, com esse tamanho, você não treina, é um jogo atrás de outro. Conversa com os caras no avião, ou no ônibus a caminho dos jogos: “cuidado com esse, cuidado com aquele”. Hoje (segunda) jogamos e temos a semana livre. Mas é raro. Amanhã (terça) vai ter folga geral – comentou.