Novamente o Fluminense, no domingo, jogou para um público diminuto no Campeonato Carioca. Menos de 900 pessoas acompanharam a vitória sobre o Volta Redonda por 2 a 1. Tem sido a tônica desta competição nos últimos anos e também com os outros grandes do Rio de Janeiro. O técnico Abel Braga desabafou sobre a situação e pediu sensatez aos organizadores do torneio.

– A primeira vez que entrei aqui no Fluminense foi há 14 anos. Há 14 anos eu vivencio o mesmo problema. Empresta um campo, pega um campo lá e nós continuamos em canto. A cidade tem o Maracanã, o estádio que o público merece. Mas ele é palco de grandes bandas e de carnaval. Se cobra um absurdo para tentar fazer um futebol melhor como poderia ser em São Januário e no Engenhão. Isso me entristece e você, obviamente, que vivem do futebol como eu. Temos que veicular a notícia de que é o segundo pior estadual do país. Será que isso não é alerta? Botar esses caras colocar para treinar 14 dias e depois colocar para jogar? Pô, isso é crime – disse Abel, completando:

 
 
 

– Vou falar palavrão, o pessoal ficou puto comigo em Cuiabá porque eu falei que não pode acontecer um Fla-Flu em Cuiabá. O estádio é bom, o campo é bom, a cidade é legal. Fui jantar num restaurante uruguaio sensacional. Mas o Fla-Flu é do Rio de Janeiro, é do povo do Rio de Janeiro. Que os outros (clubes pequenos) comecem jogando antes. Porque eles já entram em melhor condição, porque já treinam em novembro. Aí você começa dia 4 de janeiro e no dia 17 inicia o campeonato para a gente, 16h30 em Bacaxá, time recém-chegado dos Estados Unidos com temperatura de três, quatro graus para depois jogar com 40. Será que as pessoas que fazem esse Carioca não podem olhar essa notícia e pensar, pelo amor de Deus, que o Vasco não pode jogar em Cariacica, o Flamengo, em Brasília, o Fluminense, em Cuiabá? Diminuir o número de jogos, a coisa vai, cara. Mas se continuar dessa maneira…cada vez tem menos gente. Eu gosto daqui (Los Larios), não perdi um jogo aqui. Mas quem quer vir? Ainda mais chovendo. É muito duro.