Em análise sobre os tempos distintos do Fluminense no clássico com o Botafogo, Abel Braga encarnou o papel de torcedor tricolor que é. Precisava mexer com os brios dos jogadores, que não fizeram um bom primeiro tempo. A mudança da água para o vinho, segundo o técnico, era o que todos os tricolores queriam ver.
– Atitude, dinâmica. Começou a marcar mais em cima, individualizou a marcação sem a bola. Clássico é muito complicado. Quem viu o primeiro tempo, apostou em 5 a 0 ao Botafogo. Podemos sair daqui envergonhados, falei a eles. Degolados. Mas… É trabalho. Depois do que falei a eles, se eles não tivessem confiança em mim, não aconteceria o que aconteceu. Futebol tem coisa engraçada. Renato Chaves e Henrique, por exemplo, não perdem um jogo há 13 partidas. Minha defesa toma porrada todo o jogo. Passou a fase de classificação sem sofrer um gol. É assim. E, se amanhã eu tirar algum, confio no Nogueira, no Reginaldo. Acho que aconteceu algo de bom. Nós sentimos o sabor do primeiro tempo. Aquilo mexeu, aquilo acordou. Fez confiar. Mas, acima de tudo, não sou protagonista de nada. Fiz o que qualquer treinador teria de fazer. O que quero é respeitar a instituição e o torcedor. É a nossa verdade. Se fosse 2 a 2 ou 2 a 0 ao Botafogo, com essa atitude, estaria falando a mesma coisa aqui. Com anos de futebol, o cara fica bocudo. Não tenho medo de falar. Acho que o horário do jogo foi ridículo. É uma falta de respeito com o torcedor e com os clubes. A minha maior vitória hoje (quinta) foi dizer a eles, no momento de euforia, que eu não retiro nada do que falei no intervalo – afirmou.