Quando a Copa Libertadores não era transmitida para o Brasil, choviam reclamação de jogadores quanto à violência dos adversários sul-americanos, torcida e gramados ruins. Passados mais de 30 anos, o cenário, de acordo com Abel Braga, mudou pouco. O treinador do Fluminense critica a competição mais importante do continente.
– Não vejo evolução. Lamentavelmente, não vejo evolução. Só nos meus tempos de jogador eu vi um campo tão ruim como aquele do Caracas (adversário do Flu na primeira rodada da Libertadores deste ano), nunca tinha visto nada igual. Enquanto houver em uma Libertadores, na nossa Champions League, altitude, campo sintético, esse tipo de arbitragem… Enquanto tiver isso, não vai melhorar nada. O que você vê na América do Sul é que muitos países estão evoluindo. O futebol colombiano e o venezuelano evoluíram muito e estão fortes, mas não estão melhores porque, de repente, o Caracas, que é uma equipe boa, joga naquele campo. Eles jogaram melhor em São Januário do que no próprio estádio deles. O Huachipato venceu o Grêmio no Sul (também pela primeira rodada da Libertadores deste ano). Eles estão evoluindo, mas, ao mesmo tempo em que evoluem, você tem que jogar em altitude, campos ruins, campo sintético… Isso tinha que ser abolido – disse Abel, esmiuçando o problema da altitude:
– Nós tínhamos ficado felizes com aquele decisão da Conmebol, da Fifa, de que não ia jogar mais em altitude, mas aquilo durou uma semana e foi imediatamente abolido. Enquanto continuar isso, a dificuldade é dos clubes brasileiros, que tecnicamente são melhores, e 60% da receita é feita pelos clubes brasileiros, pela televisão brasileira. No fundo somos nós os prejudicados.