O caso de Michael, pego no exame antidoping pelo uso de cocaína, ainda repercute no Fluminense. E Abel Braga faz questão de chamar para ele a responsabilidade e tirar o peso das costas do jovem atacante. O técnico lembra, inclusive, de ter visto amigos de sua infância que escolheram o lado errado. Já sobre Deco, o treinador considera o apoiador vítima de um erro e confia em sua absolvição.
– O Michael é um menino, então a primeira coisa que eu fiz foi transferir para mim (a responsabilidade). Pelo fato do meu filho (Fábio Braga, volante reserva do Fluminense) ser colega dele, de eles jogarem aqui e na base juntos, é difícil imaginar qual seria a minha atitude se fosse meu filho. Em primeiro lugar, eu ia saber que em algum ponto eu falhei, porque eu nasci no subúrbio e convivi com amigos de escola que foram para o lado da maconha. Naquela época não tinha nem cocaína. Depois virou moda roubo de carros. Os caras roubavam para chegar nos bailes, nos clubes de sábado e domingo, com The Fevers, Renato e Seus Bluecaps, aquelas coisas. Os caras chegavam de carro para mostrar para as garotinhas que estavam de carro. Esses amigos meus foram para esse lado. Eu não fui, então isso mostra que meus pais não falharam comigo. Mas o menino está morando sozinho no Rio de Janeiro, longe da família, então eu transferi para mim a preocupação que eu tenho com meu filho fora de campo. Eu passei a ter essa preocupação com ele aqui dentro do clube. Todo dia vou nele e falo: “E aí, moleque, como você está?” Falei para ele ler o livro do Casagrande, que ele vai aprender muita coisa ali. O Deco, claro, é uma coisa totalmente diferente. Foi um remédio manipulado, a substância não constava na receita. Não acredito que vai dar nenhum problema maior do que esse um mês de suspensão preventiva, e, inclusive, outras consequências para o laboratório – disse.