Considerado por muitos anos o melhor patrocinador do Brasil, a Unimed deixou o Fluminense no final de 2014. Desde então, o elenco tricolor vem perdendo atletas de nome ano a ano. Nesta temporada, por exemplo, sem dinheiro em caixa, o clube se viu obrigado em apostar quase que absolutamente na base. Presidente tricolor, Abad falou sobre o cenário atual, salientando o que poderia ter sido feito quando a empresa de plano de saúde deixou o Tricolor.
– Quando o nosso parceiro saiu do clube no final 2014, a meu ver, ali era o caso de a gente fazer um modelo um pouco diferente de montagem de elenco. Não digo em quais são os jogadores, mas o próprio perfil de contrato deveria ser feito de forma diferente. Todo o modelo legislativo das relações de trabalho entre jogadores e clubes mudou muito. Hoje quando você assina o contrato é obrigado a arcar com aquele valor até o final, independente se você vai querer aquele jogador ou não. Se rescindir, tem que pagar. Os contratos foram feitos longos em um perfil financeiro que o Fluminense não teria valor de arcar. Hoje temos uma folha salarial que, nesse momento, não é condizente com a situação financeira do clube. Temos que ir adequando. É um trabalho paulatino, que começamos esse ano utilizando muito a nossa base. Tivemos gratas surpresas. Wendel, um jogador com pouco tempo de clube, sabíamos que iria longe, Reginaldo, Matheus Alessandro, Marquinhos Calazans, Nogueira… A relação é imensa. Utilizamos mais de 20 jogadores da base esse ano. Naturalmente, isso faz com que o time oscile um pouco. É normal, são jogadores jovens. Trouxemos um treinador com muito estofo para trabalhar com esse tipo de situação. Abel tem pulso muito forte, uma pessoa que transmite muita confiança e os atletas receberam bem e puderam se desenvolver. É um trabalho ano após ano. Isso quer dizer que teremos times fracos ou não competitivos? Não. Fizemos um primeiro semestre muito bom. Jogamos uma final de Carioca que estava indo para os pênaltis quando o árbitro teve um erro muito grave e aí não fomos campeões. Passamos por um ano com uma quantidade de lesões muito acima do normal. E não foram lesões de preparação física, mas de fratura. Fizemos várias cirurgias de ligamento cruzado. Isso fez com que o elenco se reduzisse ainda mais e o rendimento, assim, caiu. Absolutamente normal. Teve jogo que jogamos com Orejuela de zagueiro. É muito anormal. O time sofreu um pouco mais do que era de se esperar. De qualquer maneira, já sabíamos que teríamos um elenco com perfil mais jovem, mas nem por isso sem qualidade. Tem jogadores muito experientes. Temos Cavalieri, Gum, Henrique, Henrique Dourado, Scarpa, Sornoza e Orejuela, que jogaram Libertadores, Lucas, Pierre, Marquinho. Alguns fatores que fugiram ao planejamento e fizeram com que tivéssemos um rendimento que não fosse o esperado – comentou.