(Foto: Mailson Santana)

Abel Braga surpreendeu e no sábado anunciou sua saída do Fluminense após um ano e meio no cargo. Em comunicado oficial em suas redes sociais, o treinador não justificou o motivo do pedido de demissão. Falou em gratidão, agradeceu aos jogadores, torcida e exaltou o clube. Mas o que acarreta essa saída de Abelão?

Blogueiros e jornalistas do NETFLU opinam o que deve ser do Tricolor a partir de agora, com Paulo Angioni no comando do futebol e ainda sem um nome definido para comandar o elenco. Confira:

 
 
 

 

MARCOS CAETANO,  BLOGUEIRO DO NETFLU

A saída de Abel é apenas mais um prego cuidadosamente marretado no caixão do Fluminense pelos coveiros da Flusócio. Eu não acreditei quando alguém levantou a hipótese de que o plano desses patifes era prejudicar o quanto pudessem do Flu — especialmente nas transações de jogadores —, trabalhar para a queda para a segunda divisão neste ano e pelo retorno oportunista para a Série A no final de 2019, quando teremos as novas eleições. Eu simplesmente não conseguia achar possível tamanha escrotidão. Mas hoje vejo que o plano nefasto é claríssimo. Não temos contratos de patrocinadores e fornecimento de material esportivo que nos paguem minimamente, todos os nossos ídolos foram demitidos (exceto Gum, e bem que eles tentaram), a sede do clube está em frangalhos, o clube está completamente falido e ninguém nos respeita mais. Se 10% da eficiência da Flusócio para a destruição fossem aplicados na reconstrução do clube, em pouco tempo seríamos novamente relevantes. Mas eles não sabem e, pior ainda, não querem fazer nada pelo Fluminense. Seu único objetivo, seu único título almejado, é vencer as eleições do clube a cada três anos. E nisso eles se provaram absolutamente eficientes. Ganharam todas, e nós perdemos tudo.

BETO SALES, BLOGUEIRO DO NETFLU

Tudo no Fluminense de hoje me lembra uma pungente valsa do adeus. O Abel, depois de sair de uma tragédia pessoal impensável para quem dela por sorte não tenha sido vítima, assumiu um vácuo de responsabilidade que o levou a atribuir-se tarefas que não lhe cabiam. Errou e acertou. Que seja feliz.

CRYS BRUNO, BLOGUEIRA DO NETFLU

Abel jogou a toalha muito pelo pavor, pânico de rebaixar o clube em campo. No fim do ano passado, pedi um pouco de habilidade do presidente Abad para que o convidasse para ser diretor de futebol do clube porque Abel já caducava como técnico. Em 2018, pelas invenções e excesso de covardia tática e vaidade pessoal, no estilo: “Eu ganho; jogador empata e falta de elenco perde”, exagerou no defensivismo, tratando a instituição Fluminense com pequenez. Ao menos, desta vez, Abel saiu sem nos deixar na zona do rebaixamento como em 2013, quando tinha um elenco cheio de “medalhões” e cinco anos mais jovens, como Wagner, Sóbis, Fred. Abel passou do prazo de validade! Antes tarde do que nunca, ele mesmo decidiu pular do barco. Que seja algo que chacolhe e tire o time da mesmice tática e de postura do seu ex-treinador. Que a torcida do Fluminense alivie um pouco essa “doença pós Unimed” por “medalhões” que não produzem mais. Abel, como técnico, não produz mais. Hora de gás novo, mente sã.

LEANDRO DIAS, EDITOR DO NETFLU

A saída de Abel escancara a inabilidade da gestão. Se até aquele que blindava o presidente e os seus pulou fora, o que esperar dos limitados jogadores que agora perderam o único símbolo de profissionalismo, caráter e confiabilidade dentro do Fluminense? Em campo é possível imaginar, com um treinador que saiba tirar o melhor de cada atleta, um futebol mais competitivo, sempre dependendo, é claro, de o time titular atuar no limite. Quando precisarmos do elenco vamos continuar sofrendo. Mas se não contratarem atletas e não pagarem em dia, nem Guardiola.

PAULO BRITO, REPÓRTER DO NETFLU

Muitos mais do que treinador. Abel era o para-raios da gestão em termos de futebol e gozava da confiança de todo o elenco. Sem ponto de referência dentro e fora de campo, o que se acumula a partir de agora são as incertezas quanto aos jovens. O Fluminense deixou ser protagonista há alguns anos e, agora, sem o treinador, precisa se reinventar para não correr o risco de cair para a segunda divisão.

PAULO VITOR VASCONCELLOS, REPÓRTER DO NETFLU

Enxergo a saída do Abel como mais prejudicial para o Fluminense. É fato que ele vinha sendo contestado, e com razão, por algumas escolhas equivocadas. No entanto, pelo momento que o clube atravessa, politica e financeiramente, penso que precisa de alguém que conheça a casa e ame a instituição. E o Abel provou isso inúmeras vezes. Fora o fato de que dificilmente o Flu irá encontrar um substituto á altura no mercado, o que na atual conjuntura, pode significar uma queda pra Série B.

RODRIGO DA COSTA, REPÓRTER DO NETFLU

A saída do Abel tem lados positivos e negativos. Ficou devendo como treinador e muitas vezes fazia escolhas que prejudicava o próprio trabalho. Por outro lado, o Fluminense dificilmente vai encontrar algum profissional que vá entender a situação atual do clube e que aceite trabalhar com as atuais condições (salários atrasados, elenco curto, etc). Abel tinha papel importante em proteger os atletas da crise política do clube, além do respeito do elenco.