Olá, nobres tricolores.
Foi publicado pelo portal GE na manhã deste 17 de janeiro de 2022 uma matéria com o Gerente de Futebol do Fluminense, Paulo Angioni. Com muitas críticas do seu trabalho pelo torcedor tricolor, depois de meses, ou até mais de ano de silêncio, o dirigente resolveu falar. Um dos temas abordados fora a saída de Evanilson para o Porto.
Quem não se recorda, o centroavante atuou pelo STK Samorin, equipe que a gestão Pedro Abad tentou desenvolver na Eslováquia. Seria uma filial do Tricolor na Europa. Antes disso, estava rodando pelas categorias inferiores ao profissional do clube. Enquanto isso, passavam pela equipe principal “promessas” como João Carlos, empresariado pelo filho de Abel Braga. Lucão do “break”, Junior Dutra, entre outros jogadores inferiores ao garoto da base.
Empresariado por Eduardo Uram, mais um nome bem contestado pela torcida do Fluminense, Evanilson “viu” seu contrato com o Flu expirar e saiu de graça. O competente empresário o colocou na Tombense, time de sua propriedade, e o emprestou ao time que o formou. Ao chegar proposta da Europa, a iminente saída do Fluminense aconteceu. Se antes o clube possuia 60% do atleta, passou a ter, num acordo entre Uram e Mário Bittencourt, apenas 10% de direitos econômicos e 20% de taxa de vitrine.
Voltando à entrevista de Paulo Angioni, o mago, que já era Gerente de Futebol na gestão Pedro Abad, diz que não fora culpado pelo enorme prejuízo da saída de Evanilson. Abre aspas:
ge: Você não teve nada a ver com a situação do Evanilson?
“Nada. Nessa oportunidade, a gente não tinha acesso nenhum à base. O acesso à base era só para pedir jogador para preencher treinamento. E nunca o Evanilson veio preencher nenhum treino. Vou responsabilizar eles? Não. Porque depois fui buscar o relatório e não vou responsabilizar ninguém. Mas algumas pessoas poderiam ter sido solidárias a mim: “Esse bruxo aí não tem nada a ver com isso”. Mas não, quando se fala em Evanilson, a culpa é do Paulo Angioni. Não é minimamente justo. E eu não fujo da responsabilidade. Não sou de mostrar o rosto nas vitórias, ninguém me vê, mas nas derrotas eu geralmente ponho a cara. E coloquei muito a cara em 2018, que foi bastante difícil para mim. A demissão e a responsabilidade que é ir para o último jogo em que se perdesse caía.”
Ora bolas! O Gerente de Futebol não tinha gerência do futebol de base? Ela não se reporta à diretoria do clube? Mais um nome contestado cuidava do futebol de base: Marcelo Teixeira, o gênio do futebol de Pedro Abad, vagava pelas cercanias de Xerém e, pelo o que disse Paulo Angioni, com carta branca para fazer o que bem entendia. Apenas “preenchia treinamento”. Ou seja, se vai pra Eslováquia, vender, emprestar, doar ou liberar por e-mail, o Gerente de Futebol e o presidente da época, Pedro Abad, não se envolviam?
A gestão da base tinha autonomia do que fazer? Ficam essas perguntas, pois, como disse Angioni, se não tinha acesso à base, me parece um negócio paralelo ao futebol do Fluminense. Onde estavam o presidente Abad, ele próprio, Angioni, o vice de futebol, Fabiano Camargo (dentista), enquanto quem cuidava da base fazia o que queria? De quem é essa conta?
Mário Bittencourt vai abrir a caixa preta? Como sucessor, é responsabilidade dele também mexer nesse vespeiro. Ele representa os interesses do Fluminense e, se o mesmo fora sangrado no passado, há a necessidade de uma auditoria clara ao torcedor do clube. E denúncias, se necessário.
Esse trecho da entrevista de Paulo Angioni ao ge relata um fato muito grave. Havia um controle na gestão desses ativos onde os superiores do clube não haviam acesso. Está na hora de a tal transparência acontecer.
Saudações tricolores!
Rafael Siri