O anunciado fair play financeiro da CBF para o Campeonato Brasileiro, no qual clubes poderão perder pontos se atrasarem salários com seus jogadores, não é visto por Peter Siemsen como uma salvação para o futebol nacional. O presidente do Fluminense cita a desorganização do país e entende que deveria haver uma mudança na lei tanto para organizar o futebol como a situação trabalhista de todos. Assim, poderia ser cobrado das instituições com mais justiça.
– Acho que você tem um mau exemplo do governo do Brasil, gastando mais do que ganha ainda. O clube também é um problema, mas não é só o clube. No passado, houve uma corrida de gastos, sem um controle. Deu-se muito fôlego para o crescimento da dívida por muito tempo. O governo é sócio na dívida, porque as taxas de juros são muito altas. O Fair play financeiro vai resolver? Para alguns clubes sim, para outros, não. Você quer impor regra a um dirigente. Ninguém é obrigado a estar lá, mas é preciso ver um cenário. Vamos impor a regra que é a seguinte, que clube não pode atrasar salário, isso e aquilo? Eu acho que o Brasil não vai se organizar. Não estaremos mudando o modelo de gestão. A grande maioria do miolo tem dívidas, modelo associativo com reeleição e um conselho deliberativo absolutamente politico e todos emocionados com o resultado do futebol. Para que esse fair play financeiro seja a grande saída do futebol brasileiro, precisava de uma lei para restruturar o futebol e as leis trabalhistas – disse.