A CBF decidiu que não utilizará mais os árbitros adicionais atrás dos gols em suas competições. A decisão começa a valer a partir do Brasileiro de 2015. Na Copa do Brasil, ainda poderão ser utilizados a partir das oitavas de final. Presidente da comissão de arbitragem do Rio de Janeiro, Jorge Rabello criticou a decisão.
– Óbvio que é um erro. A Uefa organizou em setembro, na Suíça, um workshop com 40 árbitros para treinamento específico de adicionais. Enquanto a Europa está aprimorando a função, nós estamos acabando com ela. É um tiro no pé. Não tivemos capacidade para treiná-los. Não basta colocar em campo. Tem que treinar. A forma como foi feito no Brasil foi incorreta, e pagamos o preço por isso. Até o lado que colocam o adicional no Brasileiro é o errado. Ele tem de ficar do lado oposto ao bandeira. Em 2012 eu disse que, da forma como estava sendo feito, corria o risco de desqualificar a função. O adicional veio para ficar, é questão de tempo. O Brasil parou agora, mas futuramente vai ter de colocá-lo de volta. Além disso, a tecnologia tem de entrar definitivamente na arbitragem. Não dá para competir com 23 câmeras. Precisa ter consciência. O adicional e a tecnologia de linha de gol se completam – comentou.
Já o presidente da comissão nacional de arbitragem, Sérgio Corrêa entende que o custo benefício do árbitro adicional não atingiu o custo-benefício desejado.
– Vários motivos influenciaram a decisão. O primeiro deles é que o custo-benefício não foi o esperado. A questão financeira é com os clubes, que pagam a diária. E nós entendemos que a participação dos adicionais não resultou em acréscimo na qualidade de arbitragem. Só o Brasil estava utilizando esse experimento. Nossos árbitros encontravam aqui uma situação que não teriam fora do país. Além disso, os árbitros jovens tinham a oportunidade de estar nos grandes jogos, mas os árbitros internacionais não os conheciam e não tinham confiança para atender às decisões. Tinham certo receio. Em 2015 não vamos utilizar. Vamos fazer um teste e ver como fica para 2016. Entendemos que, depois de três anos de observações, deveríamos voltar ao estilo convencional. Talvez eles sejam utilizados em confrontos mata-mata decisivos, como a partir das oitavas de final da Copa do Brasil – explicou.