A partir desta sexta-feira, o portal NETFLU publicará uma série de reportagens destrinchando os bastidores do Time de Guerreiros. Considerado um terreno complexo, sobretudo por conta de alguns atritos políticos e administrativos, as áreas próximas ao departamento de futebol, como marketing e comunicação, são as pautas da vez. Responsável pela execução de todas as estratégias feitas em conjunto com o presidente Peter Siemsen, aparece Jackson Vasconcelos. Amado por alguns, odiado por outros, mas com o nome sempre em voga, o dirigente é um dos personagens mais comentados dentro das Laranjeiras.
Do outro lado da moeda, o maior grupo político do Fluminense, a Flusócio, se materializa através de dois membros de sua comissão de representação. O primeiro é o conselheiro e diretor social, Marcelo Fagundes. Ao lado dele, o médico veterinário e, também conselheiro, Eduardo Mitke, explanou acerca de diversos assuntos relacionados ao Time de Guerreiros e a temas polêmicos da sede história do Fluminense. O alvo foi o braço direito do mandatário do clube, Jackson Vasconcelos, principalmente por julgarem que suas atribuições são maiores do que deveriam ser.
– Achamos que no início da primeira gestão do Peter era necessária a presença de uma pessoa com viés mais político , pois encontramos o cenário de “terra arrasada”. Não questionamos a importância do Jackson Vasconcelos naquele momento. Porém com a melhoria das condições do clube, o cenário melhorando acreditamos que é necessário a implantação de uma conduta mais técnica e menos política. Daí a divergência entre a Flusócio e o modus operandi atual. Deixamos claro que nada temos contra a pessoa, apenas achamos que o FFC agora precisa profissionalizar – explicou Eduardo Mitke.
O papel desempenhado por Jackson Vasconcelos é considerado fundamental na sala da presidência. Enquanto Peter Siemsen se preocupa com questões burocráticas, seu homem de confiança estabelece, em teoria, um canal entre o planejamento e a prática. Ele mesmo falou do trabalho desenvolvido no Tricolor, rechaçando que tenha mais poder do que o próprio presidente, como é largamente especulado pela oposição e por representantes da chapa que apoiou Peter nas últimas eleições.
– Isso é mito (o fato de, supostamente, mandar mais do que Peter Siemsen). Em primeiro lugar, a Flusocio é mais forte do que eu, porque ela é uma força política. Eu não sou. A minha função é simples de resumir. Eu sou o executivo do presidente. O que é isso? O presidente toma as decisões estratégicas, toma as decisões do dia-a-dia e eu sou a pessoa responsável para fazer com que a máquina toda do Fluminense cumpra essas decisões. Eu sou a pessoa que avalia as decisões do presidente, antes dessas decisões gerarem resultados. Por que isso? Porque, como ele também é torcedor, às vezes as decisões dele são apaixonadas. Eu sou forte ou fraco nessa função? Quem decide isso é quem olha de fora. Quem convive comigo no dia-a-dia sabe que a força dessa casa é do presidente. Basta ser um pouquinho inteligente para saber que ele me manda embora na hora que ele quiser – rebateu Jackson.
Seguindo a linha de Eduardo Mitke, o diretor social, Marcelo Fagundes, disse que as divergências, devido a maneira como o homem da confiança de Peter Siemsen conduz o barco, impedem o Fluminense de se tornar mais profissional. Fundamental no início da trajetória de Siemsen, para o grupo, Jackson agora é um peso inconveniente e prejudicial ao Tricolor.
– Achamos que o Jackson teve a sua importância no começo do primeiro mandato, mas na medida em que estamos avançando rumo a profissionalização da gestão do clube, as divergências estão surgindo. Sem contar que temos pensamentos diferentes sobre formas de agir em áreas que estão sob o seu comando – falou Marcelo Fagundes.
Aos que pensam que Jackson Vasconcelos é um muro difícil de ser escalado ou uma ponte impossível de derrubar, ele mesmo salienta que é subordinado única e exclusivamente ao presidente e que, portanto, sua manutenção ou não no clube depende apenas do mandatário Peter Siemsen.
– Se o Peter hoje decidir que eu não trabalho mais no Flu, não vai acontecer nada. Não vai ter nenhum cara na tribuna para me defender ou para me acusar. Eu desapareço como eu surgi, porque eu não sou um ente político. Eu sou um executivo do presidente. E a minha função faz com que eu faça as coisas que são determinadas por ele – concluiu Jackson.