Treinador se dividiu entre ambos em 2023 e 2024
Em entrevista exclusiva ao portal GE, o técnico Fernando Diniz, campeão carioca, da Libertadores e da Recopa Sul-Americana pelo Fluminense, relembrou o imbróglio com a Seleção Brasileira e a “guarda compartilhada” entre o Tricolor e a Amarelinha em 2023 e 2024. O treinador admitiu que havia a possibilidade de deixar o clube verde, branco e grená para ser efetivado e ser efetivado para se dedicar totalmente à seleção, mas as conversas com a CBF nunca chegaram a acontecer.
– Isso era uma possibilidade que estava na minha cabeça (deixar o Fluminense). Em princípio, o presidente Ednaldo (Rodrigues, da CBF) tinha conversado comigo e com o Mário (Bittencourt, presidente do Fluminense) e deixado muito claro que ele não iria me tirar do Fluminense e que eu seguiria conciliando os dois trabalhos até o final do meu contrato com a Seleção. O que foi combinado era que eu continuaria nos dois cargos. Agora, com o que aconteceu no Fluminense, valia provavelmente uma conversa. Não que isso fosse acontecer, mas não deu nem tempo – disse ele, acrescentando:
– Mas era uma possibilidade. Ou não. Poderia falar assim: “vamos continuar e depois vai ter a parada na Copa América”. Eu continuaria acumulando os dois trabalhos e teria um mês, 40 dias, para poder treinar o time para a Copa América e depois ver o que iria acontecer. Você pode fazer as duas leituras: de que não foi o combinado e também de que foi o combinado. Porque tinha uma conversa do Ancelotti vir e eu sair. Então, como o Ancelotti, segundo essa conversa, não iria vir mais, o que o presidente me falou foi: “o Ancelotti não vem, e a gente precisa efetivar um treinador. Eu falei para o Mário que não iria te tirar do Fluminense, então você vai sair por aquilo que a gente combinou”. Essa foi a história – contou Diniz.
Diniz também revelou uma certa mágoa por como as coisas foram conduzidas pela CBF, por não ter dado a oportunidade de pedir uma efetivação na Seleção Brasileira, e contou mais detalhes sobre a conversa com Ednaldo Rodrigues e a quase vinda de Carlo Ancelotti.
– Eu falei para ele por telefone, mas ele tomou a decisão que achou melhor para a Seleção. Isso eu falei para o presidente: “você gostou do trabalho? Você vê condição de a gente continuar?”. E ele preferiu fazer a interrupção e colocar outro nome. A questão do Ancelotti foi uma coisa absolutamente aberta, muito clara.