Ex-jogador do Fluminense, Ailton trabalhava como coordenador do clube. O campeão carioca de 1995, em entrevista para o jornalista José Ilan no NETFLU Cast, confirmou que deixou o Tricolor neste ano. Além disso, o profissional também criticou o processo de formação de atletas de Xerém, visto que muitos jogadores do sub-17 não passam pelo sub-20.
— Saí agora no começo do ano. A vida tem começo, meio e fim, né? Eu estava no profissional, aí acabou o sub-23, eu desci para base. Eu estava como coordenador do sub-23. Ajudei o Marcão quando o time estava para descer em 2019. Subi, com seis meses que eu estava de clube, subi. E a gente conseguiu livrar o time e colocamos na Sul-Americana. Aí continuei lá. Não deixaram eu descer e continuei no profissional. Lá de coordenador, enfim, ajudando o Marcão. Aí conseguimos botar na Libertadores no outro ano e depois da pré-Libertadores. Então assim, foi um feito muito grande. Eu não sabia como era um time grande você trabalhando, não jogando, mas trabalhando na parte técnica. A cobrança que é. E quando vim agora para a base, um ano e pouco, eles tomaram a atitude de mudança. Então assim, a vida é tranquila com esse futebol, o caráter do futebol é esse, não vai mudar. O futebol não muda é ter um caráter diferenciado de qualquer coisa, as pessoas mudam do nada, as opiniões mudam do nada e eu estou tranquilo. Eu me preparei tanto para ficar como para um momento como esse.
— Saiu também o Duílio. A gente fica triste porque foi uma troca legal né, trabalhar no Fluminense, ajudei bastante o Fluminense. Aí tem momentos. No sub-20 foi muito mal, muito mal, está mal até hoje. Precisa ter mudança. E essa mudança começou pela coordenação e a supervisão. Eu era o coordenador e o Duílio o supervisor. Então caiu só nas nossas costas, mas tem muitas coisas para se mexer. Muita coisa (errada), no sub-20, principalmente, tem muitas coisas. Eu não vou falar porque já saí depois que tu sai, as caras, assim, se rebela. Prefiro não comentar porque são coisas que vai desagradar muita gente. Acho que o que vou guardar do Fluminense, quem sabe um dia posso voltar, são as alegrias que tive. A tristeza que tive, eu tirei várias lições. E essa, a minha saída, é uma lição que carrego para a minha vida de que o futebol é um caráter diferente de tudo.
— Se você reparar, o sub-17 pula. O sub-17 não passa no sub-20. O Riquelme jogou alguns jogos no ano passado na Copa São Paulo, o Isaque também. O Wallace (Davi) quase não passou, então já estão pulando. Além da qualidade dos garotos, eu não sei te explicar, entendeu? Então, eu acho que esses meninos teriam que dar uma parada, mas já pulam direto. O sub-20 hoje tem necessidade desses meninos, na minha opinião, passarem um pouco mais, amadurecer um pouco mais no sub-20, porque não ganham mais nada, não chegam mais nada. O ano passado foi pífio. Tudo que disputou, a gente conseguiu sair, com todo o respeito ao tipo pequeno, para o Péloras Negras, em casa, nos pênaltis, numa competição. Então você vê que tem coisas erradas. Não é só o do Duílio e o Ailton, entendeu? Mas aí prefiro ficar na minha, vou seguir meu caminho, para ter um mercadinho aí pela frente, vamos ver no que vai dar.
— Foi a melhor Copinha (de 2025). Foi muito bem. Saiu não, perdeu o jogo, saiu nos pênaltis para o São Paulo. Isso foi a mistura do sub-17, do 07. São garotos competitivos, né? Que juntou com 05 e 06. Foi uma junção boa. Acho que tem tudo para ajeitar esse ano. Eu espero, né? Acho é o seguinte, você vê, fez jogadores com o André, o Martinelli, o Luiz Henrique, o Alexsander. O André quase saiu. Conversei com o Roger, ele estava para sair. Aí o Roger foi e cedeu. O André tinha um estilo de jogo que dá muito medo a alguns treinadores. E o Roger estava preocupado porque tocava a bola. Aí conversei com o Roger: ‘Pô, Roger, esse garoto aqui é bom, todo mundo acredita nele e tal’. Aí o Hudson machucou, ele jogou contra o Flamengo e fez o gol. Então, assim, eu acho que tem coisas para melhorar no sub-20 precisa ser melhorado com urgência. Só que eles acharam que precisa ser melhorar a coordenação e a supervisão e, no meu modo de ver, não tem muita coisa a melhorar lá para que o sub-20 possa continuar fazendo jogadores para o profissional.