Está cada vez mais difícil a situação do Fluminense no Campeonato Brasileiro. De campeão da América num ano a forte candidato ao rebaixamento no outro. E não venham culpar a torcida, hem! Diante de um público que compareceu em bom número ao Maracanã (mais de 41 mil presentes), a equipe tricolor voltou a ser patética e ficou apenas no empate de 0 a 0 com o adversário direto Criciúma. Ao somar apenas um ponto no compromisso da 35ª rodada, chegou aos 39 e à 15ª posição, mas terá ainda dois duelos fora de casa (Athletico-PR, na 36ª e Palmeiras, na última) e precisará pontuar para atingir os 44 pontos. Isso, claro, se vencer no Maraca o Cuiabá na 37ª. Preocupante para um time que parece não ter qualquer repertório.

O que se viu desde o início do jogo foi um Fluminense tentando tomar a iniciativa contra uma equipe que queria apenas se defender e, se possível, encontrar espaço para contra-atacar. O Flu conseguia pressionar e sair com certa rapidez pelos lados, principalmente com Keno e Arias. Samuel Xavier também chegava bem à frente no começo.

 
 
 

As oportunidades até foram aparecendo. Keno bateu e a bola pegou na mão do zagueiro, mas o braço estava colado e a arbitragem mandou seguir. Ganso chegou a finalizar com perigo ao lado do gol. Aos poucos, porém, o time foi se enervando com o passar do tempo. O gás inicial também parece ter se esgotado rapidamente. Quando o camisa 10 sentiu uma lesão e foi substituído por Renato Augusto na reta final do primeiro tempo, a apreensão se estendeu à arquibancada. E o 0 a 0 ao intervalo foi inevitável.

No segundo tempo, o Fluminense não conseguia se acalmar e fazer a bola girar. Assim, facilitou a marcação do Criciúma. A ausência de Ganso era muito sentida. E, para piorar, quem quase chegou ao gol foram os catarinenses num escanteio em que Barreto e Vizeu, no bate-rebate, acertaram a trave (sim, duas bolas na trave no mesmo lance) e Fábio ainda salvou. A tensão era visível.

Ciente da importância vital da partida, o Fluminense foi para o tudo ou nada na reta final. Depois de sacar Kauã Elias e Martinelli para as entradas de Germán Cano e Lima, respectivamente, Mano Menezes ainda tiraria Martinelli e Keno, com Marquinhos e Kevin Serna sendo promovidos ao campo de batalha.

E com o desespero tomando conta os erros grosseiros viraram uma rotina. Marquinhos chegou a fazer dois cruzamentos ridículos atrás do gol oponente (Serna também fez um assim já nos descontos). A torcida foi à loucura com o atacante e o restante do time diante de nova vergonha protagonizada em casa. Depois de errar praticamente tudo, Marquinhos ainda cabeceou uma bola no travessão nos acréscimos. Seria até impensado que tal personagem resolvesse. E claro que não resolveu. No domingo, o Flu vai à Ligga Arena enfrentar o Athletico. Será que dá pra esperar algo de diferente? Difícil. Muito difícil…

Vale ainda uma menção honrosa à torcida. Apoiaram o tempo todo e só ao fim, muito justamente, diga-se de passagem, “homenageou” a equipe com os gritos de “time sem vergonha”. Logo, o único golaço da noite veio das arquibancadas.

O Fluminense jogou com: Fábio, Samuel Xavier, Thiago Silva, Thiago Santos e Diogo Barbosa; Facundo Bernal (Marquinhos, 32′ do 2ºT), Martinelli (Lima, 19′ do 2ºT) e Ganso (Renato Augusto, 37′ do 1ºT); Jhon Arias, Keno (Kevin Serna, 32′ do 2ºT) e Kauã Elias (Germán Cano, 19′ do 2ºT).