Foto: Dhavid Normando/Photocamera

Nove anos de serviços prestados ao Fluminense, uma arrancada épica, quatro títulos conquistados e precursor da alcunha Time de Guerreiros. Gum tem muita história para contar com a camisa tricolor. Após anunciar sua aposentadoria dos gramados nessa última segunda-feira, aos 38, o jogador teve seus principais momentos nas Laranjeiras recordados pelo portal GE. Confira:

Os primeiros gols

Gum precisou de nove jogos para começar a escrever sua história como um dos zagueiros-artilheiros do Fluminense. Contra o Internacional, na 30ª rodada do Brasileirão de 2009, o zagueiro balançou as redes em duas ocasiões. Alecsandro abriu o placar para os gaúchos, mas o zagueiro buscou o empate ainda na primeira etapa, cabeceando após cobrança de falta de Conca.

 
 
 

O Internacional retomou a vantagem no placar aos 28 minutos do segundo tempo, mas Gum – já aos 41 – surgiu novamente para garantir o ponto tricolor no Maracanã. Diguinho lançou Adeílson, que escorou de cabeça; Gum, então, cortou Sorondo e finalizou na saída do goleiro Lauro.

Gum deixou o Fluminense com 29 gols marcados, dividindo o terceiro lugar no ranking de zagueiros goleadores com Silveira. Pinheiro lidera a estatística com 51 tentos.

A arrancada

Gum foi contratado pelo Fluminense em agosto de 2009, vindo da Ponte Preta, mas demorou a engrenar. Com a chegada de Cuca, que substituiu Renato Gaúcho a partir do início de setembro, o zagueiro assumiu a titularidade na zaga e foi uma das principais peças na arrancada que salvou o clube do rebaixamento no Brasileirão.

Em um dos jogos mais emblemáticos da campanha, contra o Cruzeiro, ele também deixou sua marca. O Fluminense desceu para o vestiário no intervalo perdendo por 2 a 0, mas saiu vitorioso por 3 a 2, após virada épica que é mais lembrada pelos dois gols de Fred. Gum, entretanto, foi quem fez o primeiro gol tricolor no confronto.

Do inferno ao céu

Depois de um 2009 marcado pelo desespero da luta contra o rebaixamento, que foi definida apenas na 38ª rodada, o Fluminense viveu um 2010 bem diferente e conquistou o título do Brasileirão. Titular absoluto na zaga, Gum formou a dupla menos vazada do campeonato ao lado de Leandro Euzébio. Os dois repetiriam a façanha dois anos depois, na campanha do título de 2012.

Gum, guerreiro…

Em 18 de novembro de 2009, o apelido Gum ganhou um “complemento” que o acompanharia no Fluminense. Na semifinal da Sul-Americana, no Maracanã, o Tricolor perdia por 1 a 0 para o Cerro Porteño (PAR) e ainda precisava de um gol para avançar à decisão.

Em desvantagem no placar, o zagueiro levou uma cotovelada de Nanni e sofreu um corte no supercílio, que demorou a parar de sangrar. Em lance quase simultâneo, Digão sofreu um choque do outro lado do campo e foi o primeiro a receber atendimento. Devido ao sangramento, Gum correu risco de ser substituído. Com a equipe médica focada em Digão, o técnico Cuca tentou enfaixar a cabeça de Gum; por fim, foi o goleiro Fernando Henrique – reserva no jogo – que estancou o sangramento.

Gum não apenas permaneceu em campo, como também fez o gol de empate contra os paraguaios, já aos 47 do segundo tempo. Como o Fluminense havia vencido a ida por 1 a 0, bastava o empate, mas Alan carimbou a vitória dois minutos depois. As circunstâncias da partida e o gol decisivo fizeram com que Gum ganhasse o apelido de “guerreiro”.

…dá porrada no Escudero!

O canto para homenagear o zagueiro ganhou uma versão estendida em 2011. Na Conmebol Libertadores, Gum foi um dos envolvidos em uma confusão generalizada após a vitória do Fluminense por 4 a 2 sobre o Argentinos Juniors, em Buenos Aires. A partida carimbou a classificação tricolor às oitavas de final do torneio continental.

Conhecido pela personalidade tranquila, o camisa 3 foi flagrado dando um soco em Escudero. O momento caiu nas graças da torcida, mas Gum não gostou da repercussão da foto. Pouco mais de um ano depois, o jogador do Fluminense chegou a chamar o argentino de “amigo”.

Virada em São Januário

Em 2012, a estrela de Gum brilhou novamente em um jogo marcante na história do Fluminense – desta vez, contra a Ponte Preta, pela 30ª rodada do Brasileirão. Líder do campeonato, o Tricolor buscava administrar a vantagem na tabela sobre o Atlético-MG.

O balde de água fria veio logo no primeiro minuto de jogo, quando Luan abriu o placar para a Ponte Preta. Quem esperava um jogo tranquilo para o Fluminense se surpreendeu e sofreu até os 33 minutos da segunda etapa, quando Fred converteu cobrança de pênalti e deixou tudo igual. O Tricolor tinha um jogador a mais em campo após a expulsão de Wendel.

Dez minutos depois, Wagner cobrou falta e Gum subiu para cabecear no fundo das redes da Ponte Preta. Ali, Gum deixou a emoção extravasar e correu ensandecido até o centro do gramado. O Tricolor sagrou-se tetracampeão brasileiro naquele ano.