Presidentes de Fluminense e Flamengo têm boa relação, o que facilita eventuais ajustes na parceria (Foto: Lucas Merçon - FFC)

O Governo do Estado do Rio de Janeiro publicou, nesta terça-feira, no Diário Oficial, o resultado da licitação para a concessão do Complexo Maracanã pelos próximos 20 anos. A dupla formada por Fluminense e Flamengo saiu vencedora do processo e manterá a gestão da arena. Reportagem do site ge traz como são os detalhes da parceria.

Por mais que o Flamengo seja líder do consórcio com 65% de participação nos lucros e despesas do complexo com 35% para o Fluminense, isso não torna o Tricolor menos importante no negócio. Entre os motivos que levaram a esta divisão, está a utilização dos espaços além do Maracanã. O rival manda jogos de vôlei e basquete no Maracanãzinho e também há a necessidade de investimento por lá. Assim, optou-se por essa proporcionalidade. O Flu não utiliza o ginásio. Assim, evita gastos e segue ao lado do parceiro no Maracanã, considerado crucial para a reconstrução financeira.

 
 
 

A divisão, tanto para constituição do consórcio quanto para a futura Sociedade de Propósito Específico (SPE), servirá para a divisão proporcional em despesas e lucros. Isso, vale ressaltar, não se aplica em jogos do Fluminense, que fica com toda a receita gerada, assim como custos da operação. O mesmo acontece nas partidas rubro-negras.

Pelo documento, a dupla investirá R$ 393 milhões em obras e manutenções das instalações nos próximos 20 anos. Assim, o Fla investirá R$ 255,5 milhões e o Flu, R$ 137,5 milhões. Isso também vale para a outorga a ser paga ao Governo do Estado.

O atual diretor geral (CEO) do estádio Severiano Braga, contratado pelo Flamengo, seguirá na função na futura gestão compartilhada. A divisão não torna o rival soberando quanto às decisões do Consórcio, pois o Fluminense seguer com direito a veto em questões administrativas, como indicações de conselheiros, planos de operações financeiras e formação do Conselho de Administração.

Exista a cláusula 2.7 da constituição de consórcio que prevê o seguinte: “o Flamengo ou seus representantes não terão o direito de receber qualquer remuneração ou outro pagamento em razão da nomeação do Flamengo como líder do Consórcio”. O quadro societário também não pode ser alterado. Além disso, assuntos do consórcio precisam ser resolvidos em comum acordo.

O Fluminense se resguardou com poder de veto em série de questões nessa parceria. Tais quais, operações financeiras relevantes que a futura administração do Maracanã venha a fazer e a composição da diretoria e do conselho de administração – com seis membros e três de cada clube, mas com dois indicados pelo Flamengo na diretoria e um do Fluminense. Da mesma maneira, o Tricolor pode vetar decisões em discordância do plano de negócios e em cronograma de partidas.