Depois de Mário Bittencourt, foi a vez da CBF, na figura do diretor jurídico Carlos Eugênio Lopes, responder ao Flamengo em relação à acusação de um suposto complô de favorecimento ao Fluminense. Segundo dirigente, o Rubro-Negro, em vez de reconhecer o erro pela escalação irregular de André Santos na última rodada do Campeonato Brasileiro, faz falsas acusações para tentar fazer valer uma irregularidade cometida. Além disso, garante que cederia os documentos pedidos pelo Tricolor a qualquer afiliado, se o mesmo solicitasse.
Confira a resposta na íntegra de Carlos Eugênio Lopes:
“Agradeço-lhe por informar-me o teor da representação dirigida ao CAS pelo Flamengo, da qual não tinha conhecimento.
Sua iniciativa permite-me dizer que “atônito” fiquei eu com a atitude do Flamengo, de fazer participar de jogo um atleta que, como era público e notório, não tinha condições legais para tanto e agora, em vez de reconhecer o erro cometido e recolher-se a “silêncio obsequioso”, afronta as instituições esportivas com tentativas de fazer valer uma ilegalidade.
A Diretoria Jurídica da CBF não alimenta nenhuma relação de amizade ou inimizade com qualquer clube. Relaciono-me com dezenas de advogados que militam na Justiça Desportiva, inclusive com alguns que prestam serviços ao Flamengo, através de e-mails particulares e da CBF. Acontece que a posição da CBF e a do Fluminense em todo esse “affair” são coincidentes, e têm por alvo fazer prevalecer a moralizadora decisão do STJD, que condenou medidas visivelmente antiesportivas.
Note-se que o comportamento da CBF coaduna-se com a superior orientação da FIFA, no sentido de prestigiar os órgãos da Justiça Desportiva, fazendo prevalecer suas decisões.
Diante de solicitação do advogado do Fluminense, que declarou pretender ingressar como litisconsorte no processo instaurado pelo Flamengo, necessitando provar a tempestividade de seu pedido, a contar da abertura do feito pelo Flamengo, a CBF não viu qualquer motivo que a impedisse de fornecer cópia da apelação apresentada no CAS.
Faria o mesmo para a Portuguesa, se esta o solicitasse, o que não ocorreu por ter aquela associação se desinteressado de participar do processo no CAS, tendo perdido o prazo para fazê-lo.
Assim, qualquer clube que demonstrasse interesse no processo em curso no CAS poderia requisitar cópia da apelação do Flamengo e obviamente eu a enviaria, sem qualquer problema.
Esclareça-se, ademais, que o processo no CAS é público, de modo que qualquer um pode ter conhecimento de seu conteúdo, até mesmo pela internet.
Quanto à correspondência, dita “pessoal”, do Diretor Jurídico para o Fluminense, nada apresenta de irregular, tanto que foi juntada ao processo pelo Fluminense. Vale esclarecer que é desta maneira que me relaciono com colegas que advogam para clubes, o que também ocorre no tocante aos profissionais que defendem o Flamengo“.