Técnico do Fluminense durante um curto período em 2019, Oswaldo de Oliveira se envolveu em uma forte discussão à beira do campo com o meia Paulo Henrique Ganso, que acabou culminando na saída do treinador do cargo naquela ocasião. Quatro anos depois, Oswaldo contou em detalhes sobre o episódio em entrevista ao “Charla Podcast”.
– Isso tem quatro anos. Eu cheguei no Fluminense, era um time brilhante, mas não fazia gol e tomava muito. Foi em seguida ao trabalho do Diniz. Eu sabia que precisava melhorar a defesa. Todos eram contra eu colocar Nenê e Ganso juntos. Eu achava que não. Se eles se ajudassem, daria certo. Com o Nenê foi mais certo, o Ganso era muito envergonhado, muito tímido. Nós fomos pegar o Santos do Sampaoli, que colocava seis caras dentro da área e tinha o Soteldo como escape. Eu precisava marcar aquilo. Eu disse a eles: quando o goleiro do Santos pegar a bola, ou ele vai quebrar no Soteldo ou vai sair jogando aqui (na defesa). O Igor Julião marcava o Soteldo, mas não podia fazer sozinho. Então o Ganso ajudava – contou Oswaldo, acrescentando:
– Nas duas primeiras ele foi. Teve uma bola que ele não chegou, Soteldo foi…gol do Santos. Eu tinha treinado, mostrado vídeo…chegou no intervalo, 1 a 0 para o Santos, eu voltei a falar, mostrei de novo…voltamos, eu vi que ia acontecer de novo, eu gritei para ele voltar para marcar. Eu não sei o que deu nele… Ele começou a me xingar. Na mesma hora eu substituí. Por causa desse comportamento tímido dele, eu não estava conseguindo atingir ele com o meu discurso. O que eu fiz? Eu fui no Nenê, no Marcão, no Paulo Angioni, pedi que falassem com ele. É uma questão de psicologia. Mas, precisávamos tentar reverter a situação. Ele era muito bom. No meio do caminho, eu me lembrei do Neymar. Ricardo Rosa estava há dez anos com o Neymar, expliquei para ele, o Neymar ia falar com o Ganso. Eu pedi para muitas pessoas tentarem assediá-lo. Quando eu gritei, ele me xingou, tirei ele de campo. Quando saiu, ele continuou. Aí aconteceu o que aconteceu – detalhou o treinador.