Paulo Angioni só tem elogios a fazer a respeito de Diniz (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Depois do Fluminense vencer o São Paulo por 1 a 0, quarta-feira, no Maracanã, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, Fernando Diniz foi questionado sobre a questão de estar confortável em deslocar jogadores de meio de campo para a zaga (atuaram no setor Thiago Santos, André e Martinelli). O técnico, então, voltou a disparar contra parte da imprensa, lembrando críticas sofridas após o Brasil perder para a Argentina na véspera.

Treinador interino da seleção, Fernando Diniz vê alguns analistas apenas esperando as situações darem errado para poderem fazer críticas. E não ficou calado.

 
 
 

— Na verdade não é novidade (colocar jogadores do meio de campo na zaga), é rotina da minha carreira inteira desde que comecei. Vejo futebol como um todo, não consigo departamentalizar o jogo de futebol. As análises que são assim e continuam sendo. Faz 14 anos que faço coisas parecidas. Vocês gostam muito de falar da solução fácil para problemas complexos. Por exemplo. Jogamos contra o Olimpia aqui e lá com o Ganso de segundo volante e John Kennedy na frente. Foi tudo ok. Ganhamos aqui e lá. Contra o Inter aqui estávamos jogando melhor, tivemos um jogador expulso. E a crítica do jogador expulso era estar disguarnecido. Contra o Inter lá colocamos o Alexsander de início e fizemos um péssimo primeiro tempo. Tiramos o Alexsander e botamos o John Kennedy. Depois colocamos mais um atacante, mas parece que ficam esperando acontecer alguma coisa pra voltar na crítica – iniciou, prosseguindo:

— É muito ruim ficar esperando resultado para encaixar naquilo que vocês pensam. Fica uma cegueira com a realidade. Pode acontecer de jogar um dia assim e perder. Na seleção, mesmo tipo de análise. Na Copa do Mundo jogou Paquetá, que tem características até mais ofensivas que o Bruno Guimarães, Neymar, Richarlison, Vinicius Junior e Raphinha. Tem que tirar um pouco o olhar da década de 70, 80, 90… O futebol mudou. O preenchimento do meio de campo não é só com jogadores da posição. É o time estar compactado. O que faz o meio de campo é um sistema. Ontem fizemos uma partida quase perfeita na marcação. Com os mesmos jogadores. Aí esperam acontecer um negócio pra falar que faltou um jogador no meio de campo.