A história está escrita. O Fluminense, quinze anos depois da primeira final, agora é campeão da América. Numa partida de sofrimento, tensão e garra, o Fluzão superou o Boca Juniors (ARG), no Maracanã, para conquistar o inédito e heroico título. Com gol de Germán Cano, o Tricolor saiu na frente, mas os argentinos buscaram o 1 a 1 no tempo normal e levaram para a prorrogação. E quem viria para resolver? Ele mesmo. John Kennedy. O menino de Xerém saiu do banco e fez o gol do título numa pintura.

A partida começou com um roteiro até previsível. O Fluminense ficava com a bola e procurava os espaços. Tranquilo, ia trocando passes em busca do momento correto para espetar. O Boca, por sua vez, fechava-se à espera de uma brecha nos contra-ataques. Quando o Tricolor se desvencilhava da marcação, os argentinos apelavam para faltas.

 
 
 

Em determinado momento, o jogo chegou a ficar um pouco tenso com os tricolores caindo na pilha dos rivais. Só que o Fluminense tem Germán Cano. E com ele a mínima chance já se torna fatal. Pela ponta direita, Keno tabelou com Arias e cruzou rasteiro para o artilheiro acertar aquele seu famoso chute mortal de primeira e não dar chances ao bom goleiro Romero. Vantagem importante para levar pro intervalo.

No segundo tempo, o panorama se modificou. O Flu não foi capaz de manter o ímpeto, mesmo com o Boca atacando pouco. O árbitro colombiano Wilmar Roldán, como esperado, deixava os argentinos baterem à vontade e não coibia com cartões. Num lance que Keno avançava e sofreu falta, ele não marcou. Tiro de meta pros visitantes. Tudo foi seguindo normalmente e, sem liberar Samuel Xavier voltar após atendimento, Advíncula recebeu na ponta direita trouxe para o meio e acertou um chute para lá de improvável com a esquerda. Igualdade no placar e tensão total no ar.

Depois do empate, Fernando Diniz resolveu fazer uma mudança tripla no Flu. Saíram Marcelo, Martinelli e Ganso. Entraram Diogo Barbosa, Lima e John Kennedy, respectivamente. No início da segunda etapa havia sido forçado a trocar Felipe Melo por Marlon por conta do experiente zagueiro ter sentido um problema muscular. Já no fim, Samuel Xavier deu lugar a Guga.

Com as mudanças, o Fluminense melhorou nos minutos finais e chegou a ter a chance de ouro. Lima achou um bolão para Diogo Barbosa, mas o lateral finalizou mal demais e chutou para fora. Nos descontos. Era acertar o chute, ou passar para Keno e resolver o duelo. Mas não. Então… Prorrogação.

A redenção de Diogo Barbosa viria no tempo extra. Achou um lindo passe por elevação para Keno que de cabeça ajeitou para John Kennedy acertar um chute espetacular e recolocar o Fluzão na frente. Porém, nada é fácil na vida do tricolor. O atacante já havia levado cartão amarelo num lance anterior e comemorou subindo as escadas da mureta. Logo, recebeu o segundo e foi expulso. No último lance do primeiro tempo da prorrogação, em discussão, Fabra acertou tapa na cara de Nino e levou amarelo. Porém, o VAR chamou Roldán e ele também foi expulso.

Como não poderia ser diferente, a segunda etapa da prorrogação foi disputada em altíssimos níveis de tensão. O Boca tentava pressionar. O Flu, por sua vez, buscava um contragolpe mortal. Ele quase veio. Arias e Cano fizeram boa jogada e acharam Guga, que finalizou na trave. Por sorte, não fez falta. O Tricolor conseguiu controlar os minutos finais e, finalmente, tirar o grito do peito da galera: o Fluzão é campeão da Libertadores!

O Fluminense jogou com: Fábio, Samuel Xavier (Guga, 39′ do 2ºT), Nino, Felipe Melo (Marlon, 6′ do 2ºT) e Marcelo (Diogo Barbosa, 34′ do 2ºT; André, Martinelli (Lima, 34′ do 2ºT) e Ganso (John Kennedy, 34′ do 2ºT); Jhon Arias, Keno (David Braz, 12′ do 1º da prorrogação) e Germán Cano.