No último jogo, Ganso chegou a ser vaiado, mas foi defendido por Diniz (Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

No Fluminense desde 2019, Ganso disputará pelo clube sua segunda final de Libertadores. A primeira foi em 2011, quando ainda defendia o Santos e foi campeão diante do Peñarol (URU). Agora, mesmo em meio a oscilação, segue com moral junto ao técnico Fernando Diniz, conforme mostra reportagem do site ge, que recorda seus altos e baixos desde a chegada ao Tricolor. Confira a análise:

2019 – ↗️➡️↘️
Ganso chegou ao Flu a pedido do técnico Fernando Diniz, que fazia o primeiro trabalho no clube. Festejado com recepção no aeroporto e comparação com Arrascaeta, recém-contratado, havia um questionamento inicial sobre a duração do contrato de cinco anos – que em 2023 foi renovado até o fim de 2025.

 
 
 

Mas aquela primeira temporada pelo Fluminense não foi dos melhores. Com um time mais fraco, tecnicamente, Fernando Diniz não conseguiu imprimir as próprias ideias e os resultados não apareceram. A diretoria tricolor optou por trocar o treinador e contratou Oswaldo de Oliveira, que durou um mês e saiu após bate-boca público com o camisa 10 do Flu durante um jogo contra o Santos.

O turbulento ano de 2019 terminou com a equipe na 14ª colocação, com 46 pontos e uma vaga na Sul-Americana do ano seguinte.

2020 – ↘️⬇️↘️
Veio a pandemia em 2020 e Ganso pouco jogou. Titular apenas quatro vezes na temporada que o Fluminense foi comandado principalmente por Odair Hellman (três jogos do Brasileirão e um do Carioca), o camisa 10 marcou apenas um gol e deu duas assistências em todo o ano.

Ganso foi o reserva mais utilizado por Odair e Marcão – que estiveram à frente da equipe no calendário que se adiantou até o início de 2021 por causa da pandemia. Naquela temporada, os técnicos optavam mais por escalar o time com Nenê no meio de campo.

Mesmo com Ganso tendo pouco espaço na equipe titular, o Flu conseguiu se classificar para a Conmebol Libertadores do ano seguinte ao terminar o Campeonato Brasileiro na quinta colocação. Poderia ser a possibilidade para Ganso voltar a despontar na competição que havia ganhado 10 anos antes.

2021 – ⬇️↘️⬇️
Não foi. Ganso começou a temporada atuando vez ou outra com Roger Machado no comando da equipe. Em maio começou a surgir notícias de que o Santos estaria de olho nele, time comandado por Fernando Diniz. Mas a negativa da torcida do Peixe fez com que as conversas esfriassem.

Ganso alternou entre titular e reserva durante a temporada, mas foi mais presente no time do Fluminense principalmente a partir de junho. Mas aquele foi o ano em que menos atuou.

Isso porque na primeira oportunidade que teve de ser titular em toda a Conmebol Libertadores (jogo de volta das quartas de final, contra o Barcelona de Guayaquil), quebrou o braço ao tentar uma bicicleta. A lesão o fez perder o restante do ano em que o time foi comandado por Marcão e terminou o Brasileirão em sétimo, novamente se classificando para a competição internacional.

2022 – ➡️↗️⬆️
Se diz o ditado que ano novo é vida nova, foi quase isso que aconteceu com Ganso em 2022. A temporada começou com Abel Braga no comando do Fluminense. O meia não era titular com tanta frequência, mas foi pedido diversas vezes pela torcida, que amoleceu o coração do então treinador e o colocou para começar jogando na vitória por 3 a 0 contra o Volta Redonda. No segundo jogo como titular deu duas assistências (para Cano e Nonato) e ajudou o time a vencer o clássico com o Vasco.

Ganso começava a pedir espaço e no único jogo que não atuou depois de começar a jogar em 2022, o Fluminense terminou eliminado da Conmebol Libertadores, para o Olimpia, no Paraguai. Mas ainda havia a fase final do Campeonato Carioca e Ganso foi crucial para Abel justamente na final contra o Flamengo, quando começou como titular e deu show no Maracanã. Dali em diante, não sairia mais do time.

Mesmo com o título estadual, Abel Braga deixa o cargo e abre espaço para o fã de Paulo Henrique voltar: Fernando Diniz. Com o atual treinador, Ganso ganha ainda mais protagonismo e termina o ano com os melhores números no clube: nove gols e nove assistências, ajudando a equipe a chegar até a semifinal da Copa do Brasil e terminar o Campeonato Brasileiro em terceiro, com mais uma classificação para a Conmebol Libertadores.

2023 – ↗️➡️↘️
Titular indiscutível com Fernando Diniz, Ganso só começa um jogo no banco se não estiver 100% ou se o time não for o, considerado, titular. E foi com essa moral que ele iniciou a temporada. Meia cerebral da equipe tricolor, aquele que encontra os passes que poucos enxergam, Ganso só era sacado do time para descansar.

Mas a sequência de jogos começou a cobrar seu preço e o camisa 10 passou a sofrer com uma fascite plantar (inflamação na sola do pé) que o tirou de dois jogos em julho. Depois da recuperação, foi a vez de o joelho incomodar, mais precisamente em 31 de agosto, no segundo jogo com o Olimpia, no Paraguai. Entre as duas lesões, o meia completou a marca de 200 jogos com a camisa tricolor, mas não estava na melhor forma. Depois de quase um mês sem atuar, voltou justamente na semifinal contra o Inter, mas não conseguiu repetir as boas atuações do início do ano.

No último jogo, chegou a ser vaiado por parte da torcida, que, dividida, também prestou apoio ao jogador pouco tempo depois. Dos 44 jogos que realizou na temporada, ele ficou do início ao fim em apenas oito (18,2%). Mas isso pouco importa para Fernando Diniz, que considera o camisa 10 do Fluminense um gênio.