Marquinho lembra que ia trocar camisa com lateral quando vários começaram a persegui-lo (Foto: Rafael Moraes - Photocamera)

Na terça-feira, o Fluminense enfrentará o Argentinos Juniors, no Diego Armando Maradona, pela ida das oitavas de final da Libertadores. Na última vez que as duas equipes se enfrentaram, pela última rodada da fase de grupos de 2011, o Tricolor conseguiu vitória histórica por 4 a 2 e a vaga justamente para as oitavas. Mas a partida terminou numa verdadeira pancadaria em campo. Em entrevista ao site ge, o ex-jogador do Flu Marquinho admitiu que teve parte da culpa pela incitação.

De acordo com o ex-meia, ele vinha sendo provocado e sofreu cuspidas de torcedores perto do alambrado ao cobrar escanteio. Depois de um gol do Fluminense, ele reagiu.

 
 
 

— Como era muito perto a tela de proteção os caras (torcedores) ficavam ali jogando coisas, cuspindo… Quando eu cheguei perto para cobrar, o cara (policial) abaixou o escudo e eles ficaram dando risadinha, aquela irônica, né? Aí eu fiz assim (levantando o braço na altura da cabeça) para encobrir um pouco, botei a bola, cobrei e foi gol. Na hora eu extravasei, virei para a torcida deles e fiz uns gestos obscenos (risos), aquelas coisas. E passei na frente do banco deles também xingando. Enfim, dentro do jogo estava valendo tudo – recorda, prosseguindo:

– E aí, quando acabou o jogo e a gente começou a comemorar, o lateral-direito que eu estava batendo de frente na marcação veio me chamar para trocar a camisa. Ele tirou a dele e na hora que fui tirar a minha olhei assim rapidinho, estava o banco vindo na minha direção. Os caras vieram, começaram a querer intimidar porque eu tinha xingado eles, a torcida e tal. Eram uns três ou quatro, lembro que até o lateral olhou para trás assim, não entendendo. Na hora que vi que eles iam vir para bater, eu dei um tapão em um cara e saí já para trás, já começou a vir todo mundo Eu lembro que eles abriram um portão de um lado da torcida deles, então alguns torcedores entraram lá. O pessoal de apoio, o pessoal da polícia empurrando os nossos jogadores com o escudo, e a gente batendo em todo mundo. Tipo, apanhando e batendo, né? Aquela loucura. (…) Na hora que a gente entrou no túnel, eles vieram de lá para querer confrontar ainda. Depois tentaram invadir o camarote onde estavam as famílias… Coisas que só acontecem na Argentina.

Marquinho destacou ainda o preparo mental daquele time para encarar as adversidades. Lembra que até o pacífico zagueiro Gum, para se defender, teve de entrar na briga.

– Por isso que eu disse que aquele grupo era tão preparado mentalmente, a gente nunca dava dois passos para trás. Ia lá e ficava segurando. Se tivesse só cinco caras para segurar, a gente estaria no chão com certeza. Tanto que até o Gum brigou, né? (Risos) Ninguém entendeu nada. A gente brinca: “Desceu da cruz, hein, Gum? Foi lá bater no cara”. E ele: “O cara ia me bater, eu só me defendi”. Falei: “É sempre essa desculpa aí, vai passando para a frente” (risos). Até o Conca bateu em um cara lá, que saiu correndo atrás dele. Que loucura. (…) A gente já vinha da Sul-Americana de 2009, onde todo jogo fora de casa era uma briga, então não ia acontecer com a gente de novo.

Fluminense e Argentinos Juniors agora se enfrentam valendo vaga nas quartas de final. A ida é nesta terça e a volta, no dia 8 de agosto, no Maracanã. Ambos os jogos serão às 19h (de Brasília). Quem avançar, pega o classificado no duelo entre Olimpia (PAR) e Flamengo.