A trajetória de Fernando Diniz como técnico é bastante conhecida. Desde o vice-campeonato do Paulistão pelo Audax-SP, em 2016, o “Dinizismo” – jogo compacto, com saída de bola com toques curtos – ganhou espaço e agora o treinador dividirá o trabalho no Fluminense com o comando interino da seleção brasileira.
O que nem todo mundo sabe é que o treinador, nascido em Patos de Minas, se mudou ainda bebê para São Paulo, viajou no colo da tia na boleia do caminhão de mudança, foi atropelado na infância e, como bom mineiro, aprecia frango caipira, pamonha e o tradicional pão de queijo.
Em conversa com o ge, a tia do técnico, Neusa Maria de Souza revelou histórias e gostos de Fernando Diniz. Muito próxima do treinador, ela brincou que ainda não teve respostas do sobrinho por meio de mensagem no celular: “Muito assediado”.
Mudança
Neusa é irmã de Antônio da Silva Dias, pai do treinador. Ele e a esposa, Maria Diniz Silva, são de Quintinos, distrito de Carmo do Paranaíba-MG, mas se mudaram para Patos de Minas assim que se casaram.
Antônio era comerciante e resolveu tentar a sorte em São Paulo em janeiro de 1975, quando Fernando Diniz, sexto filho do casal, tinha só dez meses de vida.
– Eu morava com meu irmão e ajudei minha cunhada a cuidar do Fernando desde bebezinho – conta tia Neusa.
O comerciante levou a família, e Neusa foi junto. A viagem para São Paulo foi dividida em dois grupos. Os pais levariam os filhos mais velhos de ônibus, enquanto Neusa ficou encarregada de levar o bebê Fernando no caminhão de mudança até a capital paulista.
– Quando mudamos para São Paulo, o Fernando tinha menos de um ano e eu fui com ele no caminhão com a mudança. O motorista que foi levar a mudança era meu cunhado. Então, foi questão de comodidade. Como o Fernando era muito pequeno e era grudado comigo, aí nós fomos direto no caminhão. E o pai dele junto com a esposa e o restante dos filhos foram de ônibus – relembrou Neusa.
Atropelamento
Neusa seguiu participativa na vida do sobrinho mesmo depois de ela ter se casado e ido morar com o marido Osvaldo. A convivência permaneceu constante. Era na rua da casa da tia que Fernando Diniz passava horas com a bola nos pés.
– A infância do Fernando foi brincando na rua onde eu morava. Lá ele podia jogar bola e fazer bagunça – recordou.
Foi nessa rua onde o técnico deu um grande susto na família depois de ser atropelado e levado para o hospital. A tia do treinador lembra ainda quando ele machucou a cabeça.
– Ele era arteiro demais. Uma das estripulias dele foi quando ele estava brincando na rua lá de casa e foi atropelado. Foi um susto. Aí eu e meu marido corremos com ele para o hospital. Outra vez ele bateu a cabeça, a testa era muito grande e bateu em um ferro que tinha na janela da minha casa e o sangue voou. Fomos correndo para o hospital também. Acho que ele tem até cicatriz. Até hoje ele brinca comigo: ‘Tia, mas eu te dei trabalho né? ‘ – disse.
Galinha caipira, pamonha e pão de queijo
Mesmo com a ida para São Paulo, a família manteve a tradição da comida mineira. Neusa disse que a mãe de Fernando Diniz era uma ótima cozinheira.
– Minha cunhada falava que paulista não sabia cozinhar, era mineiro que sabia. Ela cozinhava sempre com o tempero de comida mineira – falou.
O treinador, que cresceu comendo pratos típicos do estado onde nasceu, não negou as origens e se tornou um apreciador da culinária de Minas Gerais.
– Ele gosta bastante de frango caipira, feijão tropeiro, pamonha, pé de moleque. Pão de queijo também ele adora, gosta demais. A mãe dele até fazia, congelava e levava para ele assar em casa – disse.