Após passagem no Grêmio, onde foi criticado por utilizar muitos volantes em vez de uma equipe mais ofensiva, Renato Gaúcho refuta o rótulo de retranqueiro. Vice-campeão com o Tricolor do Sul, o técnico do Fluminense garante continuar com o ímpeto ofensivo, mas precisava escalar sua ex-equipe de acordo com as características dos jogadores que possuía.
– Sim (continua ofensivo). Mas aí a pessoa tem que saber ver o diferencial. Eu gosto de jogar para frente. Lógico, sempre tomando os cuidados defensivos. Meus times sempre foram armados ofensivamente. Agora, para isso acontecer eu preciso ter as peças. E era uma coisa que lá no Grêmio as pessoas me chamavam atenção nesse sentindo aí. Pô, eu fui atacante. Você acha que não gosto de jogar para frente? Eu gosto. Agora, não adianta querer jogar para frente se você não tem as peças. Aí vai acabar tomando três, quatro lá atrás. Não adianta querer pegar uma Kombi e encarar uma Ferrari. Eu tendo as peças, tendo jogadores para jogar ofensivamente, mas tomando os cuidados defensivos, é lógico que gosto de jogar para frente. A melhor defesa é o ataque – disse, completando:
– O Fluminense tem essa qualidade. Lá no Grêmio, quero ver um treinador chegar lá, com o time do ano passado, e colocar o Barcos, o Kleber, o Elano e o Zé Roberto para jogarem juntos. Não tem a mínima condição. Não é pela qualidade técnica deles. Mas todos eles têm mais de 30 anos. Os outros dois cabeças de área vão sair na maca. Ninguém aguenta. Não tem treinador que aguente jogando ofensivamente com jogadores só de características ofensivas. Por isso que eu digo. Se jogar dessa forma, vou fazer um gol e tomar três. Vou fazer dois e tomar cinco. Jogar ofensivamente eu gosto, vocês podem até me cobrar isso. Até porque em todos os times por onde passei, menos o Grêmio agora, mas que eu tentei, eu tentei, e vi que não ia dar. Então, quem não tem cão caça com gato. E no esquema que a gente armou fomos vice-campeões. E se eu tivesse as peças que eu quisesse, pudesse jogar mais para frente, talvez até poderíamos brigar mais pelo título. Não passamos pelo Atlético-PR na Copa do Brasil justamente com isso. Não tínhamos as peças para jogar para dentro deles.