Jogador que passou pelo Fluminense em 2019, Yony González terá o retorno anunciado muito em breve. Mas como chega atacante de 28 anos? Em entrevista ao Lance, o advogado, jornalista e colaborador do jornal Record, de Portugal, Armando Alves avaliou como foi a passagem do colombiano pelo Portimonense, seu último clube. Confira a análise completa:
AVALIAÇÃO DA PASSAGEM
– Ele trouxe alguma experiência, não teve muitos gols e muitas assistências, mas foi importante na parte final da temporada. O Portimonense fez boa parte do segundo turno com o esquema do 3-5-2, com dois atacantes muito moveis na frente, como ele (Yony) e o Wellington Junior. Ele foi importante. Não teve a influência que teve Wellington, que foi o artilheiro do time, mas deu pra ver a entrega dele e a vontade de fazer coisas boas aqui. Temos que dizer que, sem ter sido uma passagem exuberante, longe disso pelo Portimonense, ele ajudou.
LONGE DE SER DECEPCÇÃO
– Não foi propriamente uma decepção. Pode-se dizer que na parte ofensiva a decepção foi o time todo. Essa foi a vigésima participação do Portimonense na Primeira Liga e foi a vez em que o clube marcou menos gols. Isso é responsabilidade dos atacantes, naturalmente, mas é responsabilidade do time todo. O Yony não é nem um centroavante, é um atacante mais móvel, e os três jogadores do time que jogavam como centroavante não foram bem. O problema não esteve tanto no Yony, mas no time todo e sabemos que a criação de ocasiões de gols depende muito dos homens de meio de campo. A produtividade do Portimonense foi muito baixa. Não se pode falar propriamente em decepção, mas em um jogador que também não conseguiu dar tudo aquilo que o time precisava a partir de janeiro. Deu algumas coisas, mas não o suficiente para melhorar muito essa pouca produtividade.
INTEGRAÇÃO E EXTRA-CAMPO
– Foi um jogador que se integrou bem. Não há registros de nenhum problema, nenhuma dificuldade. Como ele já havia sido ligado ao Benfica, já conhecia um pouquinho de Portugal, então a adaptação foi fácil. Deu pra ver que não houve problema com os colegas de time. O que eu creio é que ele próprio esperava um pouco mais dele. Talvez esperasse que conseguisse outros números, brilhar mais vezes, mas não conseguiu estar talvez como ele próprio gostaria.
VAI DEIXAR SAUDADES?
– O portimonense atingiu seu objetivo com algumas rodadas de antecedência, mas a produção do time, sobretudo no segundo turno, foi fraca. Então poucos jogadores deixaram saudades. Claro que há sempre um ou outro que se evidencia mais. No ataque, o que se evidenciou mais, e que saiu há poucas semanas, foi o Wellington Junior. (Yony) Não é um jogador que vai deixar saudades, mas também não é aquele jogador que todos vão ficar falando que passou por aqui e deixou um rastro de desilusão, falta de empenho. Empenho, entrega, tudo isso teve. Foi útil em muitos jogos. Um jogador mais experiente, que talvez tenha perdido alguma velocidade, mas que sabe se posicionar melhor em campo. è um jogador diferente de cinco, seis anos (atrás), quando esteve ligado ao Benfica e era mais acompanhado. Nem tem essa historia da saudades, pois o desempenho dele não foi para deixar saudades, mas também não há nenhuma mancha, não tem nada negativo. Ele mostrou vontade, quis ajudar, ajudou em muitos jogos. E ele próprio esperava vir para Portugal para fazer algo melhor e ser revalorizado no mercado. De qualquer forma, não fazer nada de extraordinário e sair daqui para um time com um impacto que tem o Fluminense, um dos maiores times do brasil, já é muito bom para ele. Creio que podem ver um jogador mais coletivo, de entrega para o grupo quando a ideia que nos tínhamos aqui há uns anos era de que era um jogador mais do drible individual, menos participativo no jogo coletivo.