Entra ano, sai ano, o Fluminense vê sua vida dificultada no mercado por falta de oxigenação financeira. Lidando diariamente com os mais variados agentes de atletas, o clube também se responsabiliza, como de praxe, em pagar ou repassar comissões quase toda vez que renova, contrata ou vende um ativo.
Os números desembolsados em 2022 impressionam e, mesmo assim, o clube tem débitos importantes com empresários, o que pode acarretar em novos processos, conforme apuração do NETFLU. A situação de Marrony, por exemplo, é uma delas. O mesmo ocorre com o representante do lateral-esquerdo Cris Silva, que foi liberado sem custos pelo Tricolor por empréstimo.
Em comissão de vendas de direitos econômicos de atletas, o Fluminense teve de desembolsar cerca de R$ 8,2 milhões. No mesmo período de 2021, o valor foi acima de R$ 10 milhões. Já em comissões na assinatura e/ou renovações de contratos, o clube das Laranjeiras pagou quase R$ 7,5 milhões, bem acima do que teve que buscar um ano antes, posto o sucesso de alguns atletas. Em 2021, o gasto foi de pouco mais de R$ 4,2 milhões.
No início desta temporada, a Fifa introduziu um debate a respeito de amplas mudanças nas regras sobre como os empresários de jogadores futebol operam, incluindo um teto para as comissões de transferência que eles recebem e a introdução de uma prova para exercer a profissão. Dizia-se que após a aprovação das mudanças acordadas em uma reunião do Conselho da Fifa em Doha, os agentes poderiam receber uma comissão máxima de 3% para qualquer transferência acima de US$ 200 mil (pouco menos de R$ 1 milhão) e de 5% para negócios abaixo de US$ 200 mil. O tema, porém, carece de debate mais aberto ao público no Brasil.