Um dos temas “proibidos” da gestão Mário Bittencourt, a dívida de mais de R$ 7 milhões do Fluminense com o empresário Pedro Antonio Ribeiro fez aniversário no último mês. Há seis anos, não há nenhum contato oficial com o ex-vice de projetos especiais do clube para falar a respeito do assunto, tentar acordo ou aparar arestas pessoais, profissionais e políticas. Os cartolas tricolores não sinalizam, sequer, com um prazo para sanarem o débito com o responsável pelas obras do centro de treinamentos em Curicica, Jacarepaguá, de acordo com apuração do NETFLU.
Em conversas com um funcionário da atual gestão, que preferiu não se identificar, o site descobriu que a diretoria trata como se a dívida não existisse, esperando uma movimentação do lado do ex-dirigente. Entende-se internamente que “empurrar com a barriga” é o melhor cenário, posto que não há possibilidade de diálogo, neste momento, por questões pessoais entre Mário Bittencourt e Pedro Antônio. O NETFLU procurou ambas as partes, mas nenhuma quis se manifestar oficialmente sobre o assunto. No caso do Fluminense, aliás, qualquer pauta de interesse do torcedor vem sendo ignorada quando o portal entra em contato buscando respostas.
Ex-dono do Banana Golf, Pedro Antonio foi exonerado do Fluminense no dia 28 de julho de 2017. O então presidente Pedro Abad não gostou de o ex-dirigente ter dado entrevista falando sobre o projeto de estádio no Parque Olímpico. Emprestando dinheiro ao Tricolor das Laranjeiras muito antes de começarem as obras do CT, o magnata foi alvo de críticas do atual mandatário, Mário Bittencourt. Sob a batuta do advogado tricolor, aliás, Pedro Antonio viu o centro de treinamentos, que levava o seu nome, ser rebatizado para Carlos Castillo, em homenagem a um dos grandes ídolos do clube.
O ex-homem forte do CT já tinha aberto a carteira para ajudar o Tricolor em 2014, auxiliando o Fluminense a quitar as contas com o argentino Darío Conca, quando houve a saída do atleta. Na época, foi feito um contrato e “P.A”, como é conhecido nos bastidores, emprestou pouco mais de R$ 164 mil – dinheiro que o clube não tinha à disposição. Além disso, Pedro Antônio fez empréstimos para garantir 20% do clube na participação de Marlon (zagueiro), Kenedy (atacante) e Gerson (meia), que atualmente defende as cores do Flamengo.
Por fim, Pedro Antônio saiu de cena desde o ano passado, quando se esperava uma participação dele no processo eleitoral do Fluminense, sendo aposição a Mário Bittencourt. Desistindo da disputa, irritando a oposição, Rafael Rolim, que inicialmente entraria com o milionário, foi sozinho para embate, saindo derrotado nas urnas, a exemplo do que ocorreu também com Marcelo Souto.
Dívida com ex-dirigente completa seis anos, Flu ignora credor e não prevê quitação
Pedro Antônio Ribeiro ainda aguarda contato da direção tricolor