De olhos bem abertos. Depois de sofrer uma fratura no nariz em jogo do Fluminense contra o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro sub-20, no lance em questão, o jovem atacante Isaac, de 18 anos, afirmou que iria desistir do futebol. Na jogada, levou uma braçada acidental do zagueiro Kayky, companheiro de time. A postagem no Instagram colocando em dúvida a sequência de sua carreira ligou o alerta no Fluminense.
O NETFLU apurou que, tão logo soube do ocorrido, o departamento de futebol designou uma psicóloga para cuidar de forma intensa do jogador. O objetivo é deixá-lo mais tranquilo para que ele possa desempenhar o que há de melhor em seu futebol.
Essa não foi a primeira vez que ele pensou em desistir da carreira. De família humilde, o garoto nasceu em Teresina e não foge à “regra” da maioria dos jogadores brasileiros, que vem de origem pobre. Mas não foram os percalços financeiros que desmotivaram Isaac, e sim a falta de perspectiva. Em materia do ano passado do GE, foi revelado que ele começou a jogar com sete anos em uma escolinha do bairro onde morava, na capital piauiense. Aos nove, foi para o futsal e com 15 chegou ao River do Piauí.
Começou a ver os amigos saírem após convites de times de grandes centros do país, inclusive seu irmão dois anos mais velho, Jean Carlos, enquanto para ele não surgia nada. Nem um empresário, nenhuma ligação… Em 2020, antes da Copa do Brasil Sub-17, ele decidiu que aquela seria sua última oportunidade. Disputou três jogos e fez um gol na goleada por 5 a 0 sobre o Grêmio Santo Antônio-MS. Mas o River-PI não foi longe e foi eliminado na terceira fase pelo São Paulo.
Ele chegou a Xerém em fevereiro de 2021, aos 16 anos. Fez o teste, passou e já ficou no Rio de Janeiro, nem voltou para o Piauí. Viu seu irmão no fim daquela temporada ir embora após acabar o contrato –atualmente ele está no sub-20 do Sport –, mas mesmo longe da família Isaac teve um início promissor no sub-17 do Fluminense. Tanto que oito meses depois já assinou o primeiro contrato profissional. Mas em 2022, no seu primeiro ano de sub-20, caiu drasticamente de produção em meio a um drama familiar: seu pai, Genivaldo, morreu de câncer. Um baque tão grande que, de novo, veio o pensamento.
Depois de aparentemente recuperado, o jovem voltou a ter problemas de ordem psicológica, pois teve dois problemas com lesão em sequência. Diferente do que disse em sua rede social, Isaac não vai desistir da carreira e está nos planos do técnico Fernando Diniz.