A contratacão do atacante Lelê por parte do Fluminense, após “chapéu” no Vasco, deixou algumas rugas pelo caminho. A principal delas foi entre o cartola do Cruzmaltino e ex-técnico do Fluminense, Abel Braga, e o dirigente do Itaboraí Profute, Flávio Guilherme, um dos responsáveis pela negociação do jogador e detentor dos direitos dele. Depois do anúncio do Tricolor, o rival de São Januário informou que não negociava “com quem não tinha palavra”.
E não parou por aí. Conhecendo Flávio há mais de quatro décadas, Abelão ainda levantou suspeitas a respeito do caráter do dirigente depois do acordo feito com o clube das Laranjeiras. O NETFLU procurou, então, Flávio Guilherme, para questionar o que houve no caso e se, realmente, alguma promessa não fora cumprida. De pronto, ele rebateu as críticas do ex-treinador e ex-jogador do Fluminense.
– Nós do Itaboraí Profute ficamos surpresos com a atitude do grande Abel Braga. Ao citar meu nome, ele quis transferir toda a responsabilidade do negócio não ter dado certo pra mim. Faltou um pouco de coragem a ele, a quem considero muito, para citar as “histórias antigas” que ele disse que tenho. Até porque também todos temos histórias antigas. Que nos favorecem ou não. E isso eu falo de todos. Inclusive ele. Mas como eu tenho “fair play” tudo que eu sei no futebol , guardo pra mim. Imaginem se eu conto? – questionou.
O diretor do Itaboraí reiterou que nunca foi dada certeza de negócio com o Vasco da Gama. Ele ainda citou um artigo da Lei Pelé (ver abaixo) para respaldar o argumento de que é o jogador que define o próprio destino.
– Já foi dito amplamente que foi uma escolha do atleta que tinha o projeto de disputar a Libertadores. E o atleta sequer prometeu nada ao Vasco ou ao Abel. Nunca falou com eles. O Artigo 38 da Lei Pelé, que acho que o Abel desconhece, é claro. Sem a anuência do atleta, eu não poderia obrigá-lo a ir para o Vasco, Real Madri ou o Íbis. Tenho certeza que o Lelê será feliz no Fluminense. E o Itaboraí Profute coloca um ponto final na história. Só estou respondendo porque o Abel citou meu nome. E deixou no ar acusação ao falar de “histórias”, que repito, todos nós temos. Inclusive ele. Mas não sou o Forrest Gump e nem o Monteiro Lobato pra contá-las – concluiu.
Vale lembrar que Lelê assinou pré-contrato com o Fluminense e só vai se apresentar após o Volta Redonda encerrar sua participação no Estadual. Ele chega ao Tricolor por empréstimo até o fim do ano, no valor de R$ 500 mil e opcão de compra, ao final do contrato, por R$ 4 milhões (80% do jogador).