Domingo é dia de clássico! Fluminense e Vasco se enfrentarão em um jogo que promete ser quente. E, como de praxe, já temos uma polêmica antes mesmo da bola rolar. Dessa vez, o problema é interno. Alguns torcedores do Fluminense estão indignados diante da baixa procura por ingressos dentro da torcida tricolor. ”Saiam do sofá” e ”modinhas” foram apenas alguns dos “gritos” de ordem que vimos pelas redes sociais.
Não acredito que a torcida do Fluminense seja ”modinha”. Colocar esta pecha em uma torcida que se manteve firme mesmo após todas as provações do fim da década de 90 é inadequado. Uma descrição imprecisa da realidade. Aliás, vejo justamente o oposto: assim como o uso da pochete e da calça capri, torcer para o Fluminense, em 2023, está fora de moda. É um ato de resistência!
Entretanto, é inegável que existe um fenômeno que afasta a torcida tricolor deste tipo de jogo. Por que, afinal, a torcida do Fluminense não se sente motivada a frequentar o Maracanã em clássicos contra os rivais regionais?
O desinteresse não está associado ao medo e, tampouco, ao retrospecto recente. De 2020 para cá, o Fluminense acumula treze vitórias, seis empates e apenas quatro derrotas contra os rivais cariocas. A título de comparação, entre 2016 e 2018, o Fluminense amargou cinco derrotas, seis empates e venceu somente uma vez seu maior rival. Existe uma evolução clara neste aspecto.
Se analisarmos o contexto atual, conseguiremos achar algumas justificativas. É inegável que, em 2023, o ”dinizismo” ainda não apareceu. As más atuações diante de equipes muito inferiores tecnicamente, ainda que justificáveis pela questão física, geram desconfiança. Além disso, a derrota no primeiro clássico da temporada contra o Botafogo – com toda a polêmica relacionada ao pênalti cobrado por Calegari – também não ajuda. Todos esses fatos poderiam explicar o fenômeno, mas este comportamento não começou agora…
Talvez a autoestima da torcida esteja abalada pelo jejum de títulos importantes – que poderá completar 11 anos em 2023 – ou pelo futebol pouco atrativo apresentado nos últimos anos, ainda que o Fluminense de Fernando Diniz tenha quebrado essa maldição durante parte da temporada passada. Enfim, são muitas perguntas e poucas respostas.
Mas por que em vez de nos dividirmos entre os ”torcedores de sofá” e ”os 15 mil de sempre”, não tentamos, juntos, descobrir o que vem afastando a torcida tricolor dos clássicos? Já passou da hora de tentarmos entender a situação e fomentarmos uma discussão saudável sobre o tema.
Por fim, este texto não é uma crítica, é uma simples busca por respostas. Se nada for feito, no próximo Fla-Flu, estaremos aqui falando sobre o mesmo assunto, encarando o velho elefante na sala de estar. De uma vez por todas, precisamos buscar um diagnóstico para a situação. Caso contrário, ainda que joguemos em casa, seremos sempre visitantes. STs!