Em entrevista ao portal GE, Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, voltou a comentar sobre o assunto SAF. O mandatário não se mostrou avesso à ideia, mas destacou que há outras soluções para aliviar a dívida e reconstruir o clube financeiramente. No próximo sábado, Mário disputa a reeleição no Tricolor contra Marcelo Souto e Rafael Rolim no pleito.
– Eu acho que a SAF pode ser uma das soluções (para a dívida). Não é a principal solução, não é a única solução. E uma SAF mal gerida pode acabar com o clube no futuro de vez, porque pode aumentar a dívida do clube e, pelo que diz a legislação, a dívida depois voltaria para associação. Entretanto, a gente tem um contrato, um mandato assinado com o BTG há mais ou menos um ano onde o banco desenvolve um trabalho para nós justamente de encontrar o melhor modelo. Nós já estamos caminhando para a fase quatro desse projeto, e dentro dele uma das possibilidades é que a gente seja uma SAF. Pode ser uma SAF específica para futebol ou outra área. Mas a ideia principal é que, havendo uma SAF, a gente preserve a questão do controle. Como outros clubes defendem, por exemplo no Brasil o Athletico-PR, que eu admiro bastante a gestão, um clube equacionado, que tem dinheiro em caixa e defende que caso vire SAF mantenha a maior parte das ações. Mas está em estudo avançado, a gente acredita que já no final de 2022 já vá ao mercado buscar o investidor. Mas há outras modalidades de investimento nesse estudo do BTG. Importante o torcedor entender que nesse estudo do BTG tem um projeto específico para o Fluminense, não copiando o que a gente chama de SAF de resgate e desespero, que foram essas feitas de outros clubes do Brasil como Vasco, Botafogo e Cruzeiro, que se entregaram ao primeiro investidor que chegou única e simplesmente porque realmente estavam à beira da falência, do desespero, jogando a série B sem nenhuma receita. O Fluminense se preparou para receber o investimento. Estar preparado significa receber um investimento melhor e com uma forma societária que preserve a instituição – disse ele, acrescentando:
– Existem em outros lugares do mundo, sim, SAFs onde o clube continua sendo detentor. Não sei especificar exatamente qual o clube, mas existem vários modelos ao redor do mundo onde o investidor não é detentor do controle. Obviamente que possui cláusulas de garantia do seu investimento, porque as pessoas podem se perguntar: “Mas como é que o cara vai botar o dinheiro se ele não tem o controle?” Existem uma série de ferramentas jurídicas, como qualquer investidor minoritário de uma empresa possui, de garantia de controle do seu investimento. De que ele tenha o controle da parte financeira, tenha um peso nos seus votos maior quando se fala de questão financeira… O BTG é o maior banco da América Latina especializado em operações desse tipo, estamos assessorados pelos melhores escritórios de advocacia do mundo, que montam operações assim, então estamos bem tranquilos que a gente possa fazer um desenho específico para o Fluminense. Um desenho preparado para receber esse investimento e aí tenha o salto que a gente espera nos próximos três anos, depois de ter equacionado a dívida – concluiu.