Fluminense está bem perto de conseguir uma vaga na Libertadores (Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense)

O Fluminense dá sinais de que está perto de seu limite nesta reta final de temporada. Quatro derrotas nas últimas sete partidas, cinco gols dos últimos nove sofridos ocorrendo nos 15 minutos finais dos jogos. Fernando Diniz atravessa o momento de maior instabilidade desde que assumiu o tricolor e precisa encontrar soluções dentro do próprio trabalho para manter o time na briga pelo vice-campeonato brasileiro — o título, apesar de ainda ter chances matemáticas de acontecer, não deve escapar das mãos do Palmeiras.

É mais uma oscilação de resultados do que de desempenho. O time das Laranjeiras segue fiel ao seu estilo vitorioso até aqui em 2022. Gosta de jogar com a bola — nas sete partidas, só não controlou mais ações contra o Flamengo, quando teve 50% de posse. Continua criando chances de gol e apenas na derrota para o Atlético-MG os cariocas não conseguiram construir jogadas que terminaram em finalizações. Foram apenas cinco na partida.

 
 
 

O problema é que o elenco, depois de 63 partidas na temporada, não tem conseguido fazer o que já mostrou saber ao longo do Brasileiro. A quantidade de gols sofridos na reta final das partidas acende um alerta para a falta de concentração e o cansaço físico. Depois de sofrer a virada para o Atlético-GO quarta-feira, o técnico Fernando Diniz reclamou dos erros recorrentes nas jogadas de bola parada.

– O que fizemos muito mal, que estava sendo o carro-chefe do time, era a marcação de bola parada. Taticamente, isso foi muito decisivo – lamentou o treinador após a derrota em Goiânia.

O desgaste é natural com a proximidade do fim da Série A, mas no tricolor há um agravante: o elenco curto em termos de opções no banco fez com Fernando Diniz desse pouquíssimas rodadas de descanso para os titulares. Para se ter uma ideia, o Fluminense é o único time entre os da Série A que tem três jogadores entre os 20 com mais minutos jogados na competição: o goleiro Fábio, o volante André e o atacante Germán Cano.

Além disso, desfalques ao longo do Brasileiro não deixaram de afetar o desempenho da equipe. Luiz Henrique foi para o Bétis, da Espanha, e Matheus Martins, seu substituto, não conseguiu manter o nível de atuações. Na partida contra o Dragão, quarta-feira, ele ficou no banco de reservas para a entrada de Nathan.

Outro titular do Fluminense que deixou o clube antes do fim da temporada foi o volante Nonato, negociado pelo Internacional, dono de seus direitos econômicos, com o Ludogorets, da Bulgária. Ele vivia grande fase no time de Fernando Diniz e disputou a partida de despedida contra o Palmeiras. Depois disso, a equipe entrou no período de instabilidade atual.

Domingo, o Fluminense terá a chance de se manter na briga pelo segundo lugar. Enfrentará o América-MG, no Maracanã. O vice pode não render nem taça nem orgulho, mas além de significar uma vaga direta na Libertadores, renderá para os cofres do clube R$ 31,3 milhões. Se terminar em terceiro, o valor cai para R$ 29,7 milhões.

Para sonhar com títulos na temporada, o Fluminense emplacou sequência de apenas uma derrota em 18 jogos. A eliminação na semifinal da Copa do Brasil e o distanciamento em relação ao Palmeiras frustraram o tricolor, mas ainda faltam oito partidas para alcançar os objetivos que restaram e, acima de tudo, manter o alto nível de atuações que colocaram o time e Fernando Diniz em evidência.