deley2Quais são suas propostas para o triênio?

Temos três pilares, a questão da competência. Não fazer uma questão que é o aparelhamento do clube para questões políticas. Tem pessoas ganhando melhor que no mercado. Depois, a transparência. Não podemos fazer um contrato de 35 anos sem que isso seja discutido. E a participação de ilustres tricolores que possam ajudar. Queremos separar o futebol do clube social, a fundação tricolor. O Fluminense pode ser uma referência nesse assunto, para o futebol parar de contaminar os outros setores do clube. E mudar o conceito de Xerém. Temos que ter a preocupação de formar o cidadão. O futebol precisa de uma grande discussão. O cargo traz essa prerrogativa política que não é aproveitada. Podemos dar um choque de gestão. O novo Fluminense ainda não surgiu.

 
 
 

Quais seus planos para diminuir a dependência do clube da Unimed? Tem algum nesse sentido?

Eu quero fortalecer a parceria, diminuir nada. O Fluminense é bom pra Unimed e a Unimed para o Fluminense. A Unimed cresceu muito nos últimos anos. Quero acabar com o conflito. Por mais que eles digam que não há, existe. Hoje, o Celso Barros [presidente da Unimed Rio] está apoiando o outro candidato, mas não teremos nenhum problema.

Como vê o apoio da Unimed ao rival após sua tentativa de aproximação?

Vejo com tranquilidade. A gente já vive na politica há muito tempo. Quando está você e a urna, é uma complicação absurda. Faz parte do processo. O importante é que a torcida do Fluminense entenda que temos uma boa relação, eu e Celso. Tem outras questões que eu sei quais são sobre esse apoio, mas não quero citar porque seria deselegante. Já teve jogo em Volta Redonda que vi ao lado do Celso.

Planos para o futebol em 2014? Vai buscar contratações de impacto?

O patrocinador já acertou com o Conca. Tudo faz parte das oportunidades, mercado não esta fácil, precisamos rediscutir o futebol brasileiro. Temos que ficar atentos, conhecer da matéria. Temos determinados jogadores que passam na frente do nosso nariz. Na verdade, temos primeiro que ganhar a eleição para discutir nomes da estrutura do futebol. O time também tem que se livrar do rebaixamento antes de qualquer coisa.

O que acha da demora no lançamento da candidatura do rival a presidência?

Ele ficou esperando alguma coisa. Há algumas perguntas que ficam sem respostas. Talvez o Jackson Vasconcellos [ex-diretor geral e homem forte de Peter Siemsen] saiba responder melhor que ele. Ele esperou uma situação um pouco melhor para lançar a candidatura. Ele mesmo tem que responder. Ele esperava que tivesse oposição. Tanto é que ele comete um erro. Ele teria que ter mandado uma carta para os associados, de acordo com o artigo 12 do estatuto, comunicando que haveria eleição. Ele usa funcionário do clube na campanha, o telão do Maracanã para falar do Conca…

O que acha de não ter havido nenhum debate antes das eleições?

Acho que prejudica. Não ter um debate com a importância que tem o Fluminense no cenário nacional… Ele correu dos debates para quais fomos chamados. O projeto dele é falar das minhas companhias na eleição. Perguntaram o que ele tem de novo. Ele veio falar de fundação. Isso é uso indevido de propriedade intelectual. Ele que é advogado deveria saber. O clube está abandonado, até porque ele frequenta outro clube. O Fluminense tem uma tradição em esportes olímpicos, em ser uma referência cultural. Ele conhece pouco a história do clube.

Você criticou a postura de Peter em relação Fazenda Nacional, o que faria de diferente?

Soltar foguetes e dizer que os caras são flamenguistas é de uma infantilidade danada. Aprendi em Volta Redonda que temos que construir ao invés de destruir. Ele se isola, não participa dos debates políticos. Há um mês fui autor da convocação da audiência publica no congresso que gerou a comissão especial que discutira a divida dos clubes. Essa questão da Timemania não resolverá os clubes. O futebol carioca tem que ser rediscutido também. Tenho procurado fazer isso como parlamentar.

A oposição questiona a assinatura do contrato com a Maracanã SA. O que faria de diferente?

Temos que ter entendimento do cenário global para uma discussão. O contrato não é transparente. Ele não pode assinar esse contrato sem passar pelo conselho, tem que dividir a responsabilidade. É um modelo novo, completamente diferente dos últimos anos. Temos grandes eventos passando pelo Brasil e estamos passando ao largo. Os quatro grandes querem um ser melhor que o outro. Quem tem CT hoje? Ele não tem sensibilidade, não tem consciência politica para aproveitar isso. Vou começar a cobrar consultoria.

Qual foi a melhor coisa do mandato de Peter?

Sinceramente, das coisas que ele apresenta como realizações… O futebol se deve a Unimed, ele como vice-presidente de futebol é pior que o Náutico [lanterna do Campeonato Brasileiro]. O programa de sócio-torcedor foi algo criado pela Ambev. A piscina foi o Braguinha quem financiou. Para não ser injusto, me disseram que ele fez um bom trabalho em Xerém. Mas pode fazer muito mais, como o São Paulo em Cotia. Mas vou escolher isso para não dizerem que sou muito rigoroso. Ele foi muito covarde em algumas situações. Deu procuração ao Jackson. Ele fala das minhas companhias, mas falo das dele, que nunca estará ao meu lado, pode ter certeza.

Qual foi a pior coisa do mandato de Peter?

A omissão, o isolamento dele. Ele não ter procurado aproveitar as oportunidades, não saber dialogar. Assumir a vice-presidência de futebol, num ambiente que ele não conhece bem, foi desastroso. Teve uma discussão no Tribunal de Justiça para discutir a violência no Maracanã, e ele foi o único presidente do Rio que não compareceu. Fizemos uma audiência pública sobre a dívida no congresso e ele não foi. Outro erro foi ter virado as costas para a história do clube. Ele acha que o Fluminense começou a partir dele, mas não se pode virar as costas para a tradição. É uma covardia.

Qual a sua visão sobre o Peter?

Ele me parece ser um rapaz de boa família. Uma boa pessoa. Falo da questão administrativa. Respeito todos que doaram o tempo de sua vida ao Fluminense. Não tenho nada pessoal contra ele. Ate porque, se não posso ser amigo, evito criar inimigos.


Sem comentários