Foto: Marcelo Gonçalves/FFC

É inquestionável que Fernando Diniz é diferente. O trabalho que ele desenvolve no Fluminense é melhor do que o da sua primeira passagem e muito melhor do que o dos treinadores que o antecederam.

O Fluminense de hoje tem vontade de jogar futebol. Busca jogar compacto, com aproximação entre os jogadores, toques curtos, buscando envolver. O Fluminense quer o controle do jogo. Sempre. É um alento. Assim deve jogar time grande.

 
 
 

Mas mais do que bons propósitos e coragem, um time vencedor é feito de escolhas coerentes com o modelo. E aí o Diniz médico dá lugar ao Diniz monstro, como se estivesse na história de Robert Louis Stevenson, que criou Dr. Jekill and Mr. Hide.

Afinal, me respondam algo que me parece simples: se é pra pressionar o adversário, encurtar espaços, ter volume de jogo com passes e movimentações constantes, qual o propósito de escalar jogadores como Wellington e Bigode?

Não parece uma senhora incoerência? Eu vejo, você que está lendo vê, todo mundo enxerga. É evidente que o Diniz também faz essa análise.

Então por que a insistência com jogadores que atrapalham o modelo idealizado? Não quero teorizar, mas a fragilidade das escolhas, cotejada com o sistema de jogo põe em xeque a sua própria eficiência.

Que saco isso. Numa boa.

Esse modelo precisa de jogador com força, com fome, com pulmão. Do contrário será bola enfiada atrás de bola enfiada nas costas de nossa defesa. Não dá pra encaixar num Jogo e desencaixar no outro. Vamos a lugar nenhum assim.

Se não temos craques no banco, temos ao menos gente que pode correr. Yago, Nonato, Martinelli, Calegari, Matheus Martins, JK… Apenas pra ficar nos exemplos mais óbvios.

Nao joga o Ganso? Que é lento, mas cerebral e que faz o jogo rodar? Bota gente que corra. Não temos um Pintinho pra jogar de volante? Por que não investir em alguém que corra, não trote?

O monstro Diniz aparentemente não sumiu da carreira de nosso treinador.

E isso é perigoso pra ele, que ainda não engrenou na carreira.

E péssimo pra gente que, finalmente, tem alguém ali no banco que pode fazer diferente.

Resta saber se Diniz vai assumir a inconsistência que existe entre modelo e escolhas de alguns jogadores. E então assumir o comando desse elenco de forma plena, sem ligar pra nomes.

Nesta rodada fomos massacrados por um time modesto. Na outra, massacramos o campeão.

Médico ou monstro?

Eu só sei que se essa dúvida for frequente nós não vamos a lugar algum. Que merda de jogo.

Abraços tricolores.