Tricolor de coração, Luiza Travassos anunciou recentemente a saída do Fluminense. A jogadora de 17 anos decidiu seguir para os Estados Unidos, onde dará sequência aos estudos e à carreira de atleta. Ao jornal O Globo explicou a decisão.
Confira a entrevista da atleta ao veículo:
Por que está de saída do Fluminense?
— Acho que a resposta não é por que saí do Fluminense, mas por que eu fui para Indiana (University). Se fosse pelo meu coração, considerar família, todos os laços, (ficar no) Fluminense seria a minha escolha normal. Eu estava muito feliz no clube. Mas quero enfrentar desafios, ir para os Estados Unidos sempre foi algo que eu tive vontade. Os estudos também, sempre foi algo que me dediquei na vida.
Então, o que falta para o Fluminense hoje?
— A gente não pode deixar de falar da falta de profissionalização. Sempre tive uma relação muito boa lá. A Amanda (Storck, gerente geral do futebol feminino) sempre nos deu muito apoio e entendeu os meus planos. Na situação de diversas jogadoras, ter um vínculo profissional dificultaria mais a saída. Dentro do clube tem muita gente que acredita no que faz e nos levou a dois títulos. O Fluminense feminino já está dando resultado. Mas tem que ter um pouco mais de olhar a longo prazo. Digo de quem está de fora do futebol feminino. A comissão, a Amanda, todos estão muito engajados, elas se dedicam para tudo dar certo. Falo de cargos mais superiores, do clube como um todo.
Como vê o futuro do futebol feminino do Fluminense?
— Tem tudo para continuar andando. Até para a torcida deve ser difícil ver os principais nomes se despedindo. Mas eu acho que quem faz o trabalho por trás do campo ainda está ali. Tenho certeza que elas vão entregar muita paixão e determinação. Esse espírito vai continuar, o Fluminense vai continuar de pé.
Se considera a primeira ídolo do Fluminense?
— Eu acho que não. Vejo a galera falando, é legal ver isso. Teve o vídeo que bombou bastante, o apoio da torcida naquele Brasileiro que foi surreal. Mas acho que tiveram ídolos antes de mim. Como a própria Thaissan, a Tarciane, a Luany, a Letícia.
Soube que você foi aprovada em várias universidades…
— Esse contato com os clubes é um pouco diferente. As universidades tiveram interesse. A gente manda o vídeo para algumas e espera o contato. Tiveram diversas respostas, algumas falaram que não queriam e algumas tiveram uma conversa mais avançada, que só faltava o meu ok. Arizona, Colorado e Harvard eram as mais avançadas.
Harvard?
— Sim (risos). Estava tudo bem encaminhado, mas não era o ideal para o meu foco como atleta. Eles são uma ótima universidade para estudos, mas nem tanto para futebol. Pensando no porquê eu estou indo, optei por Indiana.
Chegou a conversar com a Lara Dantas (ex-jogadora)?
— A gente conversa bastante. Conversamos (sobre a ida para os Estados Unidos), sim. Eu apoiei muito quando ela foi. O futebol feminino lá é outro nível. Isso dá uma segurança também. Agora vamos estar mais perto.
Você foi procurada por outros clubes brasileiros?
— Sim. Mas sempre tive na minha cabeça que se fosse para sair do Fluminense, iria para outro clube no exterior. No Brasil, o desenvolvimento no Fluminense era bom e onde eu queria estar.