Willian Bigode confessou ter passado por enorme dor de perder um filho ainda na barriga de sua esposa, Loisy, e o sonho de ser pai biológico de um menino. Tem duas meninas e ainda um garoto adotivo, Daniel. Com ele, o atacante do Fluminense afirma aprender sempre, além de ter uma relação de enorme carinho.
Daniel tem síndrome de Down e é primo de sua esposa. Vive com o casal desde 2015.
O Dani é um presente de Deus nas nossas vidas, para minha esposa, para nossas filhas. Realmente ele não foi gerado dentro da Loisy, porém o que ele representa e o que ele nos ensina não têm explicação. O amor, a pureza…. Não tem mau humor, não tem dia ruim. Quando ele dorme no quarto com a gente, ele acorda e sente que estou saindo, com o olho cheio de remela, cheio de sono, ele (diz): “Papai, papai…”. Já quer dar beijo… É uma sequência de beijo, é um carinho absurdo. A gente entende hoje o motivo de ele estar com a gente e consegue retribuir todo esse cuidado que ele precisa e merece – disse.
Daniel tem uma dificuldade na fala e precisa de uma equipe multidisciplinar com fonoaudiólogo, educador físico e pedagogo, que ajudam no desenvolvimento do garoto. Devido aos cuidados especiais que o garoto precisa, os pais biológicos concordaram que teria acesso a melhores cuidados vivendo com Willian e Loisy.
— Desde quando o Daniel está conosco, ele teve uma evolução gigantesca, muito especial. A gente crê que ele vai (falar), cada vez mais está desenvolvendo a fala – conta o atacante.
Por conta da relação com o filho, o atleta do Fluminense entendeu mais ainda a importância da inclusão. Tanto que, em 2020, por ter se tornado um porta-voz importante do assunto, foi convidado a integrar o time de embaixadores da Special Olympics, uma organização internacional criada para apoiar as pessoas com deficiências intelectuais.
— Eu entrei nesse time de campeões, entendi porque a gente tem um adolescente em casa que realmente precisa dessa inclusão. Eles realmente precisam ser vistos. Eles têm uma deficiência intelectual, porém, não são diferentes de ninguém. Eles precisam, sim, dessa inclusão, de oportunidade, de ser importante, como qualquer pessoa. Eles são capazes de desenvolver qualquer papel, qualquer função – afirmou.