Mário nega que Fluminense esteja vendendo cedo demais seus jogadores sem aproveitá-los (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Na atual temporada, o Fluminense já acertou as vendas de Kayky e Metinho para o Grupo City. O primeiro ficará até o fim do ano e o segundo teve a ida para a Europa antecipada. Mas não parará por aí. Presidente tricolor, Mário Bittencourt admite a necessidade de vender mais um jogador para o clube fechar a conta.

— Sim, precisamos vender mais um jogador para fechar a conta do ano – falou.

 
 
 

Por outro lado, o mandatário nega que o clube esteja vendendo suas promessas muito rapidamente. Na visão de Mário, as dívidas tricolores estão sendo diminuídas em virtude justamente das negociações de atletas formados em casa.

– A gente já vem diminuindo drasticamente a dívida com as vendas e não vende rápido. A gente produz muito e não tem como você fazer um time só de meninos, acho que está mais do que comprovado que a mescla é fudamental. Talvez nós sejamos a gestão dos últimos 20 anos que mais jogadores de Xerém tem no elenco profissional. Quando o Fluminense tinha um patrocinador que investia em jogadores caros, mas já prontos, praticamente não se via nem venda, nem jogando no time principal. O único jogador daquele período foi o Wellington Nem. Ah! Antes teve o Carlos Alberto, Marcelo… Mas o Marcelo subiu e foi vendido quase imediatamente – disse, continuando:

– Outra coisa é que cada vez mais a Europa compra o jogador mais jovem. Lá já se considera um jogador de 20, 21 anos um jogador fora da idade de se comprar, porque eles querem moldar o jogador nos moldes do futebol europeu. Se ficarem aqui até 20, 21, 22 anos, certamente não serão vendidos. Terceira coisa: existe a vontade do jogador de ir para a Europa e as propostas são astronômicas, a gente não consegue pagar nem 20%, 30% do que eles ganhariam lá. E o mercado funciona da segunte forma: normalmente, o clube conversa com o representante do jogador, conversa com a família, oferece um pacote financeiro irrecusável e, com a legislação, a gente não tem como forçar uma renovação, o jogador só renova se quiser…

Bittencourt prosseguiu destacando Xerém como o principal diferencial tricolor em relação a clubes que passam pelos mesmos problemas. Segundo ele, sai do próprio Fluminense a solução para as suas dificuldades financeiras.

— O grande diferencial do Fluminense para outros clubes que têm o mesmo faturamento e as mesmas dívidas é justamente Xerém. Se a gente não tivesse a base que a gente tem, a gente obviamente não teria como reestruturar o clube. Xerém é uma das grandes soluções do Fluminense a longo prazo. Obviamente se o Fluminense um dia estiver saneado financeiramente, ele vai poder endurecer mais as negociações, poder resistir um pouco mais aos assédios – enumerou e prosseguiu:

– Quando você resiste aos assédios, pode acontecer também como o caso do Luan no Grêmio. O Grêmio resistiu, resistiu, resistiu e não vendeu o jogador, mas o Grêmio pôde fazer isso. Com a situação financeira do Fluminense, se eu resisto muito às propostas e aos assédios, eu perco a chance de vender e isso faz muita falta no dia a dia. Mas dizer que as joias não são aproveitadas não é justo. Se você olhar o time que jogou o início da Libertadores, tinha o Calegari, Kayky, Martinelli, Marcos Felipe, Luiz Henrique… O clube hoje faz um mescla muito boa, só que é um clube que produz muito. Por isso, inclusive, a gente tem o sub-23. Se o clube trabalhar do jeito que a gente vem trabalhando, acho que em nove anos o clube está saneado. É a nossa expectativa. Não é que vamos parar de vender jogadores só em nove anos, porque essa necessidade vai ficando menor. É lei da oferta e procura, você resiste porque você não precisa vender.