Polêmica nas Laranjeiras. O Fluminense teria retirado a utilização de uma faixa cobrando voto online, depois que ela foi vista no jogo contra o Red Bull Bragantino, pela Copa do Brasil. A ação do clube gerou revolta tanto entre torcedores organizados, sócios e membros de grupos políticos. Encabeçando a campanha pelo voto online, o grupo político Frente Ampla resolveu vir a público após a nota oficial do Fluminense (abaixo) que negava a suposta censura.
O NETFLU procurou Leonardo Iespa, porta-voz do Frente Ampla, que contestou as informações contidas na nota oficial do Tricolor das Laranjeiras.
– No dia do jogo, o presidente da Força Flu, Balu, foi procurado pelo funcionário do Flu, Cadinho, que trabalha com Talita, no marketing do clube, dizendo que tinha sido a última vez que essa faixa havia sido colocada e que ela estava proibida. O Balu nos procurou passando o recado do Cadinho e nos indignamos como todas as pessoas que souberam da situação. Quando a gente coloca isso em público, o clube solta essa nota patética dizendo que isso não existiu. Desculpe, mas isso existiu sim. Assim como existiu ambulância para esconder faixa de protesto da Torcida Força Flu, assim como existe o cerceamento do sócio no voto online, assim como as mídias pró-gestão tem muito mais acesso a informação. O presidente Mário Bittencourt devia entender que quando é eleito, deixa de existir situação ou oposição. Todos querem que o clube tenha sucesso. O Mário precisa parar de enxergar inimigo em todo mundo que não pensa como ele – revelou.
O Frente Ampla começou com um movimento entre sócios e tricolores insatisfeitos com os modelos que consideram “viciados” de eleição e gestão dentro do clube, levantando bandeiras como o voto online e revitalização das Laranjeiras.
– A gente não era um movimento político, mas como tudo que acontece no Fluminense, para mudar alguma coisa tem que adentrar na política no clube e assim nos transformamos num grupo político, para lutar por essas bandeiras que julgamos importantes – contou Iespa.
Por fim, Iespa criticou a postura do mandatário tricolor, Mário Bittencourt com relação ao suposto não cumprimento de promessas de campanha, apontando alguns dos “vícios” do clube que seguem na atual administração.
– O Mário Bittencourt prometeu o voto online na campanha dele. O que a gente está pedindo não é nada diferente do que ele prometeu. O modelo político do Fluminense é viciado hoje, apesar de ter 30 mil sócios entre proprietários, contribuintes e futebol, tem aí cinco ou seis mil pessoas votando. Foi assim nas últimas três ou quatro eleições. E existem dois grupos que funcionam como se fossem o “centrão” do Fluminense. São os esportes olímpicos e o democracia tricolor. Esse esses dois grupos têm 1500 votos. Partindo do princípio que tem uma base de 5 mil sócios votando, já parte pra eleição com boa parte do colégio eleitoral. Eu sou contra esses grupos? Não. Somos favoráveis de que seja feito um estudo de segregação de centro de custo e de receita. Se o esporte olímpico for viável, ele permanecerá. Se não for viável, tem que ser reestudado, mas esse modelo parece não interessar quem comanda os esportes olímpicos nos últimos 20, 30 anos. Expandindo a base eleitoral, você quebra esse modelo viciado. Terá uma representatividade muito maior da torcida do Fluminense. Muita gente não se associa porque tem dificuldades em votar quem mora longe do Rio. além disso deixa o sócio torcedor mais atrativos e facilita acabar com os feudos, aumentando a participação do torcedor, evitando que todos os presidentes fazem acordo com essa galera – concluiu.
Confira a nota oficial do Fluminense sobre o caso enviada ao NETFLU
“O Fluminense Football Club informa que não foi consultado sobre a intenção da torcida para instalação da citada faixa no Maracanã. Informa ainda que não existe nenhum Sr. Juninho no Departamento de Marketing ou na comunicação do clube. O FFC esclarece que a faixa sobre o tema citado foi colocada nas arquibancadas na terça-feira (01/06) e retirada pelos responsáveis na sexta-feira (04/06) sem qualquer problema”.