Direitos do Carioca em TV aberta seguem com a Record (Foto: Divulgação)

Em sua primeira edição após a Rede Globo não deter mais os direitos de transmissão (no ano passado todos os clubes possuíam acordo com a emissora, exceto o Flamengo), o Campeonato Carioca foi deficitário. O site ge trouxe reportagem que mostra quanto cada agremiação faturou, mas ainda há muitas discussões sobre o modelo do rateio e incertezas para 2022.

Para 2021, os direitos do campeonato foram divididos em três tipos de venda: TV aberta, pay-per-view para operadoras e PPV direto dos clubes. A Sportsview foi a responsável por produzir o PPV das operadoras e fornecer as imagens para os canais de cada clube.

 
 
 

A Sportsview tinha expectativa de vender três cotas (uma de naming rights do torneio e duas de patrocínio máster). Não fechou nenhuma. A razão apontada para isso foi o curto tempo entre o acerto e o início da competição. Entre assinantes e patrocinadores, os organizadores imaginavam arrecadar R$ 50 milhões. Só conseguiram R$ 30 milhões líquidos. Porém, boa parte dessa quantia não chegará ao caixa das agremiações.

Pela TV aberta, diz o site que os grandes ficarão com uma quantia de 228 mil cada. Os pequenos levam R$ 110 mil. Os clubes de maior investimento recebem diretamente da Record (detentora dos direitos de transmissão) e os pequenos por intermédio de repasse da Ferj. No PPV operado pelas próprias agremiações, o Flamengo vendeu aproximadamente 65 mil pacotes e teve faturamento perto de R$ 7,2 milhões. O líquido deve ficar em cerca de R$ 5 milhões. O Vasco vendeu perto de 15 mil pacotes (faturamento bruto de R$ 1,8 milhão). O Fluminense vendeu quase 12 mil (R$ 1,4 milhão), e o Botafogo, quase 11 mil (R$ 1,3 milhão). Os três fizeram contrato com a TVN Sports para transmitir seus jogos – que recebe um percentual variável do faturado. Com os descontos, o Vasco deve embolsar cerca de R$ 1,3 milhão; o Fluminense algo como R$ 1 milhão, e o Botafogo cerca de R$ 900 mil.

Por fim, há a divisão do valor arrecadado pelo PPV das operadoras. Elas venderam cerca de 110 mil pacotes, além de 5 mil jogos avulsos. Dos valores brutos, os clubes ficariam com 53%. Só que a Ferj morde 10% do valor. Os clubes vão dividir entre R$ 7,5 milhões e R$ 8 milhões. O formato dessa divisão, porém, virou razão de discórdia que ainda não foi resolvida.

Antes do Estadual, o Fla demandou receber 60% da cota e sugeriu que o restante fosse dividido da seguinte forma: 20% para o Vasco, 10% para Fluminense e 10% para o Botafogo. Os três não aceitaram.

Outro problema ficou na dificuldade das operadoras de apurar por intermédio do cadastro o quanto cada parcela de torcida representava.

Um sinal claro das dificuldades financeiras do Carioca de 2021 foi a ausência de premiação. A Ferj tinha previsto premiar o campeão (R$ 1,5 milhão), o vice (R$ 500 mil), os semifinalistas (R$ 500 mil cada), o campeão da Taça Guanabara (R$ 1 milhão) e o campeão da Taça Rio (R$ 1 milhão). Mas admitiu que não terá dinheiro pra isso.