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Meio-campo espaçado, primeiro tempo sem criação, esperança nos reservas… quem lê tal análise pode perceber que as dificuldades se aplicam a boa parte dos jogos feitos pelo Fluminense na atual temporada. Na derrota por 3 a 1 para o Flamengo na final do Campeonato Carioca, o time de Roger Machado repetiu os velhos erros, jogou mal e ainda contou com uma noite pouquíssimo inspirada do goleiro Marcos Felipe, com pelo menos duas falhas decisivas para deixar o título escapar mais uma vez e aumentar o jejum.

Antes do primeiro jogo da final, o meia Nene afirmou que esperava que a equipe tivesse adquirido experiência e aprendido as lições com a derrota na decisão da temporada passada, diante deste mesmo Fla. Se em 2020 o desgaste físico acabou sendo determinante, desta vez a maratona também pesou, mas a equipe mal conseguiu ameaçar o gol do rival para testar a contestada defesa rubro-negra, que até se atrapalhou nas raras oportunidades, resultado no gol de Fred, de pênalti. A bola parada, arma do Flu, se resumiu a três escanteios nos 30% de posse e cinco finalizações, uma no gol.

 
 
 

​Assim como já havia acontecido em várias outras partidas, o Fluminense não conseguiu jogar na primeira etapa. Desta vez, porém, a desorganização se evidenciou com os 92 passes trocados e zero finalizações, escanteios e cruzamentos. Na segunda etapa, novamente dependendo do banco de reservas, Roger Machado repetiu as alterações costumeiras e viu Caio Paulista ser a luz no fim do túnel e dar mais dinamismo ao ataque, “achando” o lance do pênalti na primeira chegada do Flu ao gol de Gabriel Batista.

Pela primeira vez de uma forma mais objetiva, Roger admitiu que há problemas e que talvez precise mudar mais do que somente peças, mas sim o esquema tático utilizado. Com um meio-campo que é inseguro e aberto para defender e espaçado demais para atacar, é preciso equilibrar os setores para que a equipe consiga demonstrar consistência ao longo dos 90 minutos e não só depois do intervalo, quando há a tendência de melhora. A derrota para o Junior Barranquilla (COL) e o vice-campeonato evidenciam que não se pode depender dos momentos de sorte ou dos “gols achados” para vencer.