Não é de hoje que os técnicos brasileiros rodam a todo o momento de clube em clube. Enderson Moreira, com duas passagens pelo Fluminense e demitido recentemente do Fortaleza, comentou a intensa rotatividade dos treinadores no país.
Ele mesmo é um ótimo exemplo da vida cigana. Em quase 13 anos de carreira, trocou de emprego 16 vezes. O Fluminense não foi o único pelo qual repetiu passagem. Treinou o Ceará duas vezes e o Goiás três.
— A gente vive num mundo irreal, porque ninguém consegue 100% de aproveitamento. Geralmente, não tem nem fase de preparação, os dirigentes não esperam. Culturalmente, no Brasil se associa o resultado do time ao treinador. A gente está preso na dinâmica do rodízio e não cresce, fica no mesmo lugar. Muito difícil – disse.
Em seu trabalho mais recente, caiu no Fortaleza após ser eliminado na Copa do Nordeste diante do Bahia, nos pênaltis.
— Agora, no Fortaleza, ficamos oito jogos sem tomar gol e nunca levamos mais de um. Sempre priorizo a preparação do defesa, porque o ataque demanda mais tempo — diz o técnico, que guarda a avaliação do próprio presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, na conversa da demissão: “Seu trabalho é muito bom”. — Conviver com pressão é para poucos.
No Fluminense, Enderson Moreira trabalhou uma vez em 2011 e outra em 2015. Comandou a equipe em 38 oportunidades, com 18 vitórias, seis empates e 14 derrotas.