(Foto: Mailson Santana/FFC)

Com o empate por 1 a 1 com o Flamengo, na noite desse último sábado, no Maracanã, o Fluminense segue vivo na luta pelo título do Campeonato Carioca de 2021. Em entrevista logo após a partida, o técnico Roger Machado analisou a atuação do Time de Guerreiros, comentou sobre suas escolhas para iniciar jogando e as mudanças para o segundo tempo, e muito mais.

Confira, na íntegra, a entrevista coletiva:

 
 
 

ANÁLISE DO JOGO

– A busca pelo Biel no lugar no Luiz foi para tentar buscar espaços nas costas dos laterais do Flamengo, que tem uma característica de colocar muita gente à frente da linha da bola e tem um jogo apoiado pela característica de seus jogadores. A opção foi pela velocidade nas beiradas. O que não aconteceu bem foi que, ao retomar a bola, a gente ficou pouco tempo com a bola no pé. Foram muitos erros técnicos nos primeiros 20 minutos. Erros técnicos e individuais que não permitiram que a gente tivesse o contra-ataque. O Flamengo tem essa virtude de ficar com a bola e rodar. A gente não conseguiu encaixar no primeiro tempo.

– Hoje, confesso que a escalação inicial era justamente para que a gente conseguisse fazer um jogo no primeiro tempo e tentar levar uma vantagem a partir do intervalo. A gente imaginava que o Flamengo fosse dentro da sua característica e nos desse o campo que nos deu. Nós que não conseguimos utilizar essas pernas de velocidade. Mas que bom que a gente tem um banco à altura e que com as trocas no segundo tempo tivemos outra postura. Controlamos mais a bola, não entregamos fácil a bola para o adversário. Deixamos de apostar na primeira e na segunda, que acabava devolvendo… Ficamos mais com a bola, invertemos os lados. Foram dois tempos distintos: um tempo para o Flamengo que chegou ao seu gol e talvez pudesse ter feito o segundo gol em algum outro momento. Mas na segunda etapa a gente voltou diferente para melhor, conseguimos o nosso gol. E talvez a gente tenha tido a bola principal em nossos pés

OPÇÃO PELA FORÇA MÁXIMA

 A opção de vir com força máxima foi para valorizar a competição como todo mundo deseja que se valorize. No segundo jogo da semifinal já coloquei jogadores que vem atuando no time titular. Entendemos que a recuperação foi bem feita, e todos estavam aptos para estar em campo, mesmo com essa sequência grande. É o preço que se paga pelo nosso calendário. É um título importante, que há muito tempo o clube não conquista.

Estratégias

É uma disputa de estratégias. Eu e Rogério pensamos o que o adversário vai propor de dificuldade, como que você pode levar vantagem com base no que o adversário mostra. Hoje, no primeiro tempo, não saiu como a gente imaginava. Mas no segundo tempo, com as trocas, as coisas fluíram melhor, a gente entrou para a partida e fez um bom segundo tempo.

Começar segundo jogo com Cazares?

– Antes do segundo jogo ainda tem uma Libertadores no meio da semana. Cazares, Paulo Henrique (Ganso), tem entrado e entrado bem. O Nenê hoje que saiu no intervalo por uma iniciativa de eu mudar a característica da função e a gente deixar um pouco mais o Cazares, que tem a característica de descer um pouco mais para dentro do campo e articular essa bola lá de trás. Nós conseguimos sair com um pouco mais de lucidez à medida que o Cazares, pela sua característica, fez um jogo diferente do que nós precisávamos no primeiro tempo. Tudo é possível.

O Nenê tem contribuído dentro de sua característica. É um dos assistentes da temporada. Tem nos ajudado quando está em campo. E o Cazares e Paulo (Henrique Ganso) têm entrado bem. Tudo é possível. Porque o grupo não é fechado entre os 11. Trocar é comum, assim como hoje eu optei pelo Biel (Gabriel Teixeira) no lugar do Luiz (Henrique) imaginando outro tipo de jogo. Depende da estratégia e do adversário, mas tudo é possível.

Projeção do time contra o Junior Barranquilla

– Isso pode ser a formatação anterior (Gabriel Teixeira e Luiz Henrique). Não optei pelo Biel na posição do Luiz por uma opção técnica, mas sim por uma questão estratégica. No próximo jogo o Luiz, que tem atuado bem e contribuído dentro da sua característica, entrou bem hoje, novamente, descansado, saindo do banco… Teve a bola do jogo nos pés… Tudo é possível. Assim como entrei com o Cazares no segundo tempo, ele pode ter oportunidade como titular. A gente vai alternando e pegando o melhor momento, buscando pegar o melhor momento de cada jogador para que a gente consiga ter uma evolução como equipe.

Mudança de postura no 2º tempo

– É algo que a gente trabalha bastante. Eu costumo dizer que o jogador da frente precisa estar com a perna rápida e sempre procurar colocar o pé na bola. E cobro muito as questões defensivas desses quatro jogadores da frente porque entendo que eles mesmos irão se favorecer quando a gente consegue fazer uma pressão adequada ali na frente. Quando o adversário consegue construir com um pouco mais de tranquilidade na primeira linha, naturalmente a linha imediatamente atrás tende a sofrer um pouco mais, que é o caso dos volantes, laterais e zagueiros. Na característica de Caio (Paulista) e Luiz (Henrique), de colocar o pé na bola, foi evidente que gerou um desconforto grande para os jogadores da primeira linha. Tanto para (Willian) Arão quanto para Filipe (Luís) e isso é importante porque a gente conseguiu empurrar o Flamengo para dentro do campo de ataque quando a gente teve essa pressão mais forte ali na frente.

Foi importante, sim. Porque, além do jogo ofensivo, constranger o adversário para que ele acelere um passe, tome uma decisão diferente da que ele estava pensando inicialmente, ajuda a quem está atrás na linha poder antecipar e fazer uma recuperação por antecipação muitas vezes. Então, além do jogo técnico desses jogadores que entraram bem, também teve essa questão de encurtar um pouco mais os marcadores e permitir que a gente pudesse retomar. Nós retomamos bola dentro do campo do adversário, que foi algo que a gente não havia conseguido no primeiro tempo.

Cabeça na Libertadores

– Não tem como pensar no outro final de semana. A gente pensa jogo a jogo. Parece um chavão, mas eu confesso que antes da decisão para o jogo na Libertadores, eu nem começava a pensar sobre o clássico no fim de semana porque não tem espaço mental para que isso aconteça. A partir de amanhã, a gente volta novamente para a Libertadores. Recupera a energia mental e foca nesse resultado que nos dará a vaga. Posteriormente, quando acaba e tem o apito final, a gente se dedica novamente ao clássico. Não tem como ser diferente. Você disse que a competição do ano é a Libertadores e eu acho que a Libertadores é uma das competições importantes. O Estadual é importante também. Muitas vezes a gente tira o peso do Estadual, mas muitas vezes ele é o título que há algum tempo o clube não conquista e também anseia novamente conquistá-lo. Então, tem um peso para a gente, sim.