Jornal da época tratava a possibilidade da fusão (Foto: Reprodução - O Fluminense)

Rivais na semifinal do Campeonato Carioca deste ano, Fluminense e Portuguesa chegaram a debater uma fusão entre os clubes na década de 1980. Reportagem do site ge lembra que, na época, a Lusa havia disputado a repescagem em 1979 e estava fora da elite dos 14 do Estadual de 1980, ano no qual o Tricolor venceu a competição e se discutiu a possibilidade.

A ideia partiu de sócios do Fluminense. Havia a intenção de tirar o futebol das Laranjeiras para ampliar a área de lazer, com construção de outra piscina, novas quadras de tênis, campo society, pista de cooper e garagem subterrânea. Isso para atrair novos sócios.

 
 
 

O objetivo da fusão não era esportivo, com junção de elencos, e sim estrutural. A Portuguesa tinha espaço invejável na Ilha do Governador. Barra da Tijuca e Baixada Fluminense eram outras hipóteses. Com o aumento da área de lazer da sede, os títulos de sócios ficariam mais caros e os moradores da Ilha teriam o mais bem aparelhado complexo esportivo do país.

Os associados tricolores levaram a ideia a João Havelange, então presidente da Fifa e presidente de honra do clube. Ele debateu com o mandatário Silvio Vasconcelos. Uma comissão de conselheiros beneméritos foi criada para estudar a viabilidade do projeto. Luís Murgel, José Carlos Vilela, Jorge Amaro de Freitas, Silvio Vasconcelos e Silvio Kelly, candidato à presidência da situação na eleição de janeiro de 1981, eram os membros.

Segundo jornais da época, até o presidente da república, o tricolor João Figueiredo, era entusiasta da ideia e boatos davam conta de um aporte de 200 milhões de cruzeiros para a construção do novo estádio na Ilha do Governador.

Por outro lado, a Portuguesa chegou a publicar nota desmentindo a fusão e Silvio Vasconcelos afastou a comissão dos conselheiros ao perceber na primeira reunião que a gestão da Lusa não pretendia avançar na questão.

Ex-presidente do Fluminense e responsável pela criação da Máquina Tricolor, com Rivellino e outros grandes jogadores, Francisco Horta também chegou a se manifestar favoravelmente à fusão. Representantes tricolores chegaram a ser vistos em almoço com dirigentes da Portuguesa. A questão foi adiada para 1981 por conta da ausência de João Havelange. A ideia era esperar seu retorno da Europa ao país para uma nova rodada de conversas.

Posteriormente, Silvio Kelly chegou a dar entrevista em tom de pessimismo sobre a fusão. Em 13 de janeiro de 1981, ele venceu a eleição com folga e já dava declarações à imprensa praticamente descartando a possibilidade. O megaprojeto nunca saiu do papel.

Nome: o Fluminense manteria o nome, só que a parte em inglês “Football Club” seria traduzida para o português, virando “Fluminense Futebol Clube”;
Estádio: o Luso-Brasileiro seria reformado para ter capacidade para 60 mil pessoas. O Fluminense passaria a treinar e jogar no local;
CT: no terreno, também seriam feitos dois campos de grama natural e um de grama sintética para treinamentos;
Área de lazer: no local também seria construído um parque aquático, um hotel e um estacionamento para cinco mil carros;