(Foto: Reprodução Twitter)

O imbróglio envolvendo o meia Bruno Praxedes tomou conta das redes sociais e de alguns noticiários nos últimos dois dias. Formado em Xerém, o atleta, que saiu do Fluminense em 2018 para fechar com o Internacional, recebeu uma proposta milionária para deixar o país. Entretanto, quando saiu do clube das Laranjeiras, o Tricolor possuía 50% dos direitos. Atualmente, tem apenas 10%.

No domingo de páscoa, a versão oficial do Fluminense ganhou luz, explicando que 20% já estavam embutidos no ato da negociação com o Inter, que teria o direito de adquirir por R$ 500 mil. E que os outros 20% foram cedidos aos empresários do jovem, devido a uma dívida, ainda sem informação sobre a sua origem, de R$ 1,3 milhão. Assim sendo, restaram somente 10% à cúpula verde, branca e grená.

 
 
 

Entretanto, a perspectiva da gestão anterior, comandada pelo ex-presidente Pedro Abad, era outra. Para entender melhor, é importante voltar àquela época. Praxedes, então do time sub-16 do Fluminense, causou polêmica nas redes sociais ao se declarar torcedor do Flamengo. O caso aconteceu quando ele foi questionado sobre qual o time de coração e respondeu com “Segue o líder”, seguido de uma imagem de coração. A frase se transformou em um bordão, em tom de brincadeira com os rivais, desde quando o Rubro-Negro assumiu a primeira colocação do Campeonato Brasileiro naquela temporada.

Antes disso, o jogador, que tinha passagem pela seleção brasileira sub-15, pedia mais espaço na chamada “Geração de Ouro” do sub-17, a exemplo do que acontecia com outros jovens de sua faixa etária. Com as negativas, a relação com o clube foi minando. Internamente, entende-se que a tuitada do jovem, que já estava no Fluminense há muitos anos, fora uma estratégia para que ele fosse liberado. O mesmo, naquela ocasião, estava na alça de mira do Flamengo, por exemplo. Profissionais da gestão Abad não aceitaram.

Além disso, com a polêmica em torno da admissão de torcida pelo rival, através do Twitter, não só os torcedores queriam a “cabeça” da joia de Xerém. O Conselho Deliberativo do clube exigiu a demissão do atleta de imediato, fazendo pressão nos diretores da base. O lado passional, portanto, falou mais alto.

Sendo assim, em outras palavras, dirigentes da gestão anterior não entendem que o Fluminense “deu” 50% do jogador ao Internacional. Para eles, o foco é ressaltar que o clube segurou 50% já que havia a chance de o atleta sair de graça e sem nenhum retorno ao clube. O que foi informada na época, depois da tuitada (ver abaixo) é que a gestão tomaria medidas cabíveis, mas não teria relação com uma dispensa, apesar de entenderem que Praxedes estava longe de ser um destaque.

Tuitada, em 2018, do ex-jogador do Fluminense teve repercussão negativa entre os torcedores (Foto: Reprodução Twitter)

É importante ressaltar que 90% dos profissionais de hoje, na base, já trabalhavam no Fluminense em 2018. Além disso, o CEO do clube, Fernando Simone, e o diretor-executivo de futebol, Paulo Angioni, já integravam a cúpula tricolor.