(Foto: Lucas Merçon/FFC)

Dodi ainda tinha alguns jogos sob contrato quando já tinha fechado com outro clube.

Marcos Paulo foi afastado do time porque sua cabeça estava fora das Laranjeiras.

 
 
 

Wellington Silva, ainda no Brasil e também sob contrato, idem.

25 de fevereiro de 2021. Última rodada do Campeonato Brasileiro. Acho que há consenso sobre ser o jogo de amanhã, quinta-feira, contra o Fortaleza o mais importante do ano. Aliás, me corrigindo, o mais importante dos últimos anos.

O Fluminense pode entrar numa fase de grupos da Libertadores, torneio que não disputa desde o longínquo 2013.

E então a imprensa notícia que o substituto do Martinelli será o Hudson.

Amigos, eu poderia encaminhar esse texto para o lado técnico. Poderia dizer que o jogador não fez um ano sequer razoável. Poderia também lembrar que um time que já irá contar com Ferraz, Danilo Barcelos, Nenê e Fred não precisa de mais um veterano, logo no espaço mais importante do campo.

Poderia lembrar dos 5×0 que tomamos do Corinthians, com uma escalação muito semelhante a essa.

Mas o momento não comporta avisos assim e eu asseguro que não pararia meus afazeres para reclamar de uma escalação sob o ponto de vista técnico às vésperas do jogo da década.

O momento pede convergência, a despeito das discordâncias.

Em comum, Dodi, Marcos Paulo, Wellington Silva e Hudson têm algo muito importante: a narrativa de que estão – ou estavam – com a cabeça fora do clube.

Mas no caso do Hudson há alguns agravantes. A rigor, o jogo de amanhã só interessa a dois clubes: Fluminense e São Paulo, justamente o clube para o qual voltará nosso jogador.

Aqui, um parênteses importante. Não há qualquer indício ou suspeita de que o Hudson entregaria o jogo. Nada disso. Aparentemente trata-se de um atleta íntegro.

Mas é humano. HUMANO.

É razoável submetê-lo ao risco de ser ele o responsável pela não classificação? E se faz um pênalti bobo? E se é expulso ou perde um gol imperdível? E, para ficar numa hipotese menos extrema, ele não jogar nada?

É futebol. Essas coisas acontecem, e vamos combinar que ninguém descarta que o Hudson seja capaz de errar, né?

Fosse o jogo irrelevante pro São Paulo e não estaríamos discutindo isso. Mas não é.

É disputa direta entre os tricolores. Vale ponto, vale a alegria das torcidas, vale a vaga de grupos e vale milhões de reais. Aliás, alguns milhões.

A hora é de fazer as coisas de forma sensata. Escalar um jogador nessas condições não é bom pro time, não é razoável com o próprio atleta.

Que venha uma ordem de cima para estancar essa loucura.

Que, de quebra, ainda pode dar ao time um pouco da juventude que ele precisa pra vencer o Fortaleza.

Abraços tricolores